Convidado pelo governador Pedro Taques (PSDB) para assumir a presidência do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), o vereador por Cuiabá Diego Guimarães (PP), que é um dos principais opositores do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), afirma que mesmo que assuma o órgão, retorna imediatamente para a Câmara Municipal caso a justiça determine a retomada dos trabalhos da “CPI do Paletó”.
Diego Guimarães foi o responsável pela interposição da ação judicial que acabou suspendendo os trabalhos da CPI, que tem por objetivo investigar o suposto recebimento de propina por parte do prefeito. O parlamentar questiona a composição da CPI, que segundo ele deveria ter entre seus membros apenas vereadores que assinaram o requerimento inicial pedindo a investigação, critério que excluiria Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), relator e membro, respectivamente – ambos aliados de Emanuel Pinheiro.
Acontece que, informações dão conta de que o convite ao vereador seria uma articulação entre Taques e Emanuel, que têm sinalizado publicamente uma aproximação, para enfraquecer a oposição ao prefeito na Câmara.
Além disso, a “manobra” também favoreceria o governador, que traria o PP para a base definitivamente. Isso porque o presidente regional do partido, deputado federal Ezequiel Fonseca, é oposição declarada ao governo. No entanto, o ex-secretário nacional de Política Agrícola e vice-presidente do PP no Estado, Neri Geller, de quem teria sido a indicação do vereador, já declarou sua simpatia por Taques.
O parlamentar, por sua vez, garantiu que o convite para assumir o Intermat foi feito por questões técnicas, depois de conversas que manteve com o governador durante algumas inaugurações que acompanhou.
“Eu sou formado em direito, advogado agroambiental, filho da reforma agrária”, ressaltou, acrescentando que ainda está conversando com o partido para decidir se aceitará o convite para assumir o lugar de Cândido Telles (Solidariedade), que deixou o governo para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
Para o vereador progressista, não existe aproximação entre Taques e Emanuel. “Não vejo essa aproximação nesse momento. O Emanuel é do partido de Silval Barbosa, que Taques tanto contrapõe. Além disso, não é enfraquecimento da oposição, pois se eu aceitar o convite, a CPI sendo retomada, eu retorno”.