O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e se estende por 12 estado. Ele também é a segunda maior formação natural da América do Sul e a savana mais rica em biodiversidade do mundo. Com tanta importância, nesta sexta-feira (11), comemora-se o Dia do Cerrado.
A data, contudo, chega em meio ao fogo das queimadas e o desmatamento.
De janeiro até 17 de agosto, Mato Grosso teve 1,7 milhão de hectares consumidos pelo fogo. A área é cinco vezes maior que a cidade de Cuiabá – a capital do Estado. As áreas do Cerrado representam 31% desse total.
Em Chapada dos Guimarães, cidade turística, o fogo já consumiu 2 mil hectares de vegetação nativa.
O monitoramento feito pelo Instituto Centro de Vida (ICV), com base nos dados do Instituto de Pesquisas Espaciais, concluiu que o desmatamento na Amazônia está deixando a seca mais severa no Centro-Oeste do país.
“Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, tiveram regiões no Cerrado esse ano – entre os meses de abril, maio e junho – que tiveram até 110 dias sem chuva. Algo que, para essa época do ano, não é comum”, destaca Vinícius Silgueiro, do ICV.
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No Cerrado, os alertas se concentram em imóveis registrados no Cadastro Ambiental Rural (61%), seguidos das áreas não cadastradas (21%) e dos assentamentos rurais (11%).
Em outras palavras, mais da metade dos alertas de foco de incêndio estão em áreas legais.
“Os dados apontam que a maior parte do desmatamento no Estado acontece em imóveis no Cadastro Ambiental Rural, ou seja, é possível verificar a origem e a legalidade. Isso é importante e deve pautar políticas de fiscalização e responsabilização de infrações”, explica Ana Paula Valdiones do ICV.
Vegetação no chão
Além do fogo, o desmatamento tem ameaçado o bioma. Entre 2018 e 2019, segundo o INPE, o desmatamento ceifou 6.483,4 Km² do bioma no país – o equivalente a quatro vezes o território da cidade de São Paulo (SP).
Do total de árvores derrubadas, 7% estava em áreas que são protegidas. As terras indígenas também foram afetadas. A TI Pareci foi a mais atingida e representou quase metade de todo o desmatamento detectado em áreas indígenas no Cerrado mato-grossense.
Os municípios que lideram a lista são Comodoro, com 50 km², Cocalinho, com 34 km², Rosário do Oeste, com 34 km² e Campos de Júlio, com 32 km². Juntos, somam 1/4 de toda a área de alertas detectados no bioma.