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Desmatamento contraria promessas de Taques

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Desmatamento contraria promessas de Taques

Divulgação

Amazônia

Mato Grosso registrou um desmatamento de 1.508 quilômetros quadrados no período de agosto de 2015 a julho de 2016. O índice é 6% inferior ao registrado no período 2014/15, mas está 51% acima da média dos seis anos anteriores, que era de 1.000 km². Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e colocam Mato Grosso no segundo lugar do ranking das derrubadas, atrás do Pará.

Além disso, segundo levantamento da Ong Instituto Centro de Vida (ICV), cerca de 95% do desmatamento registrado no período foi ilegal, ou seja, um total de 1.442 km² de vegetação foi retirada sem autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Um rumo oposto ao prometido pelo governador Pedro Taques em dezembro de 2015, quando participou com grande comitiva da Conferência do Clima da ONU (COP 21), realizada em Paris. À ocasião, Taques prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2020.

“As taxas observadas ameaçam hoje a redução de 44% atingida nos últimos dez anos. Sem aumento de esforços para o controle e redução do desmatamento, financiamentos de desmatamento evitado e recursos para transformação agrícola no estado estão em risco”, diz trecho de relatório lançado recentemente pelo ICV.

Foi diante deste cenário de risco que desembarcou na quinta-feira (16), em Cuiabá o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. Na agenda do encontro, realizado no Palácio Paiaguás, foram discutidas novas estratégias para conter o avanço das motosserras -e do correntão, método que voltou a ser legalizado na gestão atual.

O secretário de Meio Ambiente e vice-governador, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que o plano de ação para cumprir essa meta tem como base o aumento do chamado “comando e controle”, ou seja, fiscalização e punição do desmatamento ilegal nas regiões mais críticas, como o noroeste do Estado.

Apenas Colniza (1.065 km de Cuiabá), cidade que fica na ponta noroeste de Mato Grosso, é responsável por 16% do desmatamento do estado, com 225 km². A reunião com o ministro incluiu um termo de cooperação integrada para criar uma base avançada de monitoramento e fiscalização na região.

Fávaro informou, ainda, entre as medidas a serem tomadas, que a Sema vai reforçar a fiscalização nas pequenas propriedades e promover regularização. Ele apresentou a Sarney Filho o novo Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SIMCAR) como uma das medidas que ajudarão na redução do desmatamento ilegal.

O próprio ministro reconhece, por outro lado, que apenas comando e controle não resolve. Sarney atribuiu o aumento do desmatamento nos últimos dois anos à crise econômica que o Brasil atravessa. “Esperamos ter revertido a tendência de desmatamento, porque ele caiu em dezembro de 2016. Mas precisamos de alternativas econômicas que façam com a floresta em pé valer mais que a área desmatada, como manejo e reservas extrativistas”, disse.

ICV/2017

desmatamento

 

Dinheiro Externo
Em Paris, Pedro Taques apresentou um plano ambicioso para zerar o desmatamento e aumentar a preservação ambiental. A ideia era “vender” Mato Grosso a fundos internacionais interessados em investir no projeto mato-grossense, estimado em R$ 39 bilhões. De lá para cá, apesar do interesse demonstrado por alguns investidores, não entrou um dólar sequer de dinheiro externo.

Para acessar o recurso, Mato Grosso precisa vencer a burocracia do Ministério do Meio Ambiente, e também elaborar planos de ação que se justifiquem aos investidores. Entre os interessados, então o governo da Noruega, o banco alemão KFW e o Fundo Althelia, de Luxemburgo. Em Cuiabá, diante das cobranças de Taques, Sarney Filho falou em desburocratizar o acesso dos estados aos recursos do Fundo Amazônia. Porém, não deu prazos para quando isso acontecerá.

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