Provavelmente um dos mais renomados advogados de Mato Grosso, Ulisses Rabaneda não quer se tornar desembargador do Tribunal de Justiça. Não por ora, pelo menos.
Cotado a ser indicado à vaga destinada à advocacia pelo Quinto Constitucional, ele emitiu uma nota pública nesta segunda-feira (10) explicando seus motivos.
Membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rabaneda afirma que só isso já o impediria de concorrer.
Embora uma proposta – pronta para ser votada ainda em agosto e com chances de ser aprovada, segundo ele – possa mudar esse impedimento, Rabaneda ainda não quer.
“Mesmo que se implemente esta alteração, não irei me inscrever”, ele escreveu. “Sinto que profissionalmente ainda posso contribuir muito para a advocacia. Com um escritório sólido e uma equipe de trabalho comprometida, prezo o compromisso que assumi com os clientes que depositaram sua confiança em meu trabalho”.
E entre os clientes do advogado já estiveram o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, o ex-governador Silval Barbosa e até o atual secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho.
Um dos casos mais emblemáticos em que Rabaneda atuou – defendendo mais que um réu -, provavelmente, foi a Operação Ararath, que atingiu seu auge em 2014, com a prisão de Riva, Silval e o fim de parte do sigilo que expôs dezenas de políticos.
“Registro, por fim, a honra de ter o nome cogitado para esse honorável cargo. Fica meu profundo agradecimento aos apoios espontâneos que recebi da advocacia, do Judiciário e do Poder Executivo”.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso vai precisar preencher 9 vagas de desembargador, criadas no início deste ano. Dessas, 7 são destinadas a juízes e 2 para advogados, sendo um indicado pela OAB e outro pelo Ministério Público.
Atualmente, um desembargador ganha um salário de aproximadamente R$ 35 mil por mês. A este valor ainda são acrescidos auxílios financeiros.