Mato Grosso

Desde a 1ª eleição, Várzea Grande convive com instabilidade política

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Desde a 1ª eleição, Várzea Grande convive com instabilidade política

Segunda maior cidade do Estado, Várzea Grande completa 151 anos de história nesta terça-feira (15). Separada da capital mato-grossense apenas por um rio, conseguiu se emancipar somente em 1948. Já foi conhecida como “cidade industrial” e também “cidade dormitório”, mas o que realmente marca sua história é a instabilidade política que carrega desde que elegeu seu primeiro prefeito, em 1949.

Prefeito por 90 dias, Miguel Leite da Costa teve seu mandato cassado pela justiça eleitoral e, em seu lugar, assumiu o segundo colocado no pleito, Gonçalo Botelho de Campos. Este, por sua vez, também não comandou o executivo municipal por muito tempo. Renunciou ao mandato 1 ano e meio depois para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.

Na época sem a figura do vice, foi realizada nova eleição direta e eleito Júlio Domingos de Campos, pai de Júlio e Jayme Campos, que também passaram pela prefeitura de Várzea Grande em outras oportunidades.

Em 1965, mais uma vez a cidade elegeu um prefeito que não terminou o mandato. Gabriel Mattos Muller renunciou 1 ano depois de ser empossado para ser candidato a deputado estadual. Para o mandato “tampão”, a Câmara de Vereadores escolheu José Leite de Moraes.

Após o início turbulento, por 37 anos os várzea-grandenses conseguiram, pelo menos, contar com o nome escolhido nas urnas por todo mandato para o qual foram eleitos, sendo que de 1967 a 1996 todos os prefeitos foram eleitos apenas uma vez. Já em 1997, Jayme Campos (DEM), que já havia comandado a prefeitura de 1983 a 1988, foi eleito novamente e reeleito na eleição seguinte.

Então, em 2004, a população escolheu Murilo Domingos, que no pleito seguinte, com Sebastião dos Reis Gonçalves, o Tião da Zaeli, como vice, foi reeleito para aquele que seria o  período de maior instabilidade política já vivido no município.

Murilo e Tião foram afastados do cargo pela primeira vez em março de 2011, por decisão da Câmara de Vereadores, e o presidente do legislativo à época, vereador João Madureira dos Santos (PSC), assumiu a prefeitura. Ele ficou no cargo 1 mês e 7 dias, quando Tião conseguiu reverter seu afastamento na justiça e garantiu sua posse como prefeito.

No mesmo dia, no entanto, acabou sendo afastado novamente pelos vereadores e Madureira voltou para prefeitura. Desta vez, ele ficou no cargo por apenas por 3 dias, pois mais uma vez Tião garantiu seu retorno na justiça. Ele ocupou a cadeira de prefeito de 14 de abril a 2 de maio, quando então Murilo Domingos conseguiu retornar, mas não por muito tempo.

Em 27 de julho, Murilo foi afastado pela justiça e acabou tendo o mandato cassado pela Câmara de Vereadores. Tião reassumiu a prefeitura, mas ficou no cargo somente até 30 de outubro de 2012, quando renunciou ao mandato. Em seu lugar assumiu o então presidente da Câmara, Antônio Gonçalo Pedroso de Barros, que concluiu mandato.

Terminada a gestão que teve 4 nomes diferentes se alternando no cargo de prefeito, Walace Guimarães assumiu a prefeitura, eleito pelo povo em outubro de 2012. Quatro meses depois, foi cassado pela justiça eleitoral.

Em seu lugar, assumiu a segunda colocada no pleito Lucimar Campos (DEM), reeditando o ocorrido na primeira eleição realizada no município, em 1949. Em 2016, Lucimar, que é esposa de Jayme Campos, foi reeleita e permanece no cargo até hoje.

Faltando 2 anos para as próximas eleições, no entanto, ainda não é possível saber se a população chegará a 2020 com a escolhida nas urnas comandando o executivo municipal. Lucimar já teve seu mandato cassado em duas decisões da justiça de 1º grau e aguarda julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Em 68 anos de emancipação, Várzea Grande já teve 22 nomes à frente da prefeitura municipal, sejam eles eleitos, nomeados por um período ou que assumiram como “prefeito-tampão”. Destes, Jayme Campos foi o único a ocupar o cargo por 3 mandatos, não consecutivo, e apenas 3 tiveram 2 mandatos, sendo eles Júlio Domingos de Campos, Murilo Domingos, que não terminou o segundo e Lucimar, que não obteve o maio número de votos na primeiro.

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