Ex-aliado do governador Pedro Taques (PSDB), o empresário e proprietário de uma das maiores redes de postos de combustíveis do Brasil, Aldo Locatelli, afirmou que o Governo não tem boa vontade e reconheceu a possibilidade de retirar suas empresas do Estado. “Quem é o louco de ficar aqui?”, questionou.
Locatelli, que apoiou Taques desde que foi eleito ao Senado em 2010, sendo um dos financiadores de sua campanha, contou que procurou o governador mais de 5 vezes ao longo do mandato para discutir a alíquota do ICMS no Estado, mas nunca foi ouvido.
“Eu não tenho esperança nenhuma. Nós queríamos que a cada 2 pontos percentuais de aumento na arrecadação, baixasse 1 ponto percentual no imposto, mas quando aumenta a arrecadação, eles aumentam o imposto e aumentam, aumentam. O Estado é insaciável e está mal dirigido”, disparou.
O empresário ressaltou que a alíquota de ICMS de Mato Grosso é de 17%, uma das mais altas do país e que propôs ao governador, inclusive, a criação de uma Delegacia Especializada do Combustível. “17% é quase roubo, já pedi para fazer essa fiscalização várias vezes e ele não faz. É perda de tempo ficar discutindo”.
Locatelli saiu mais cedo da reunião realizada no Palácio Paiaguás nesta segunda-feira (28) entre o governador e representantes do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas do Estado (Sindmat) e do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo).
Na pauta de discussões estava, justamente, a redução da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, devido à greve dos caminhoneiros que entrou no oitavo dia nesta segunda-feira e, cujos reflexos, já são sentidos com o desabastecimento de vários setores, como postos de combustível, mercados, gás e água.