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Descolada, viajante, ativa e tranquila: avós de todos os tipos! Qual é a sua?

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Descolada, viajante, ativa e tranquila: avós de todos os tipos! Qual é a sua?
Foto: Arquivo Pessoal - Elinah (de preto) com as amigas do grupo da terceira idade

É certo que os avós ocupam lugares privilegiados no coraçãozinho de muita gente e, às vezes, até chegam a causar ciúmes aos pais. Normalmente, eles são queridos pelos netos por se apresentarem como um “refúgio” em meio à rotina. Por exemplo, quem foi que deixou a criança comer doce antes do almoço? Quem foi que brincou a tarde toda enquanto os papais estavam no serviço? E quem é o primeiro defensor quando os pais querem brigar com o filho?

Pois é! Em algumas famílias, os avós têm uma relação tão íntima com os netos que a velha hierarquia familiar é trocada por parceria e “camaradagem”. Tem aquelas que já estão na vibe de curtir a idade, viajar e sair bastante. Há ainda as vovós mais tranquilas, que gostam de fazer uma atividade ao ar livre e curtir na própria casa.

Nesta quinta-feira (26), comemoramos o Dia dos Avós, e o LIVRE conversou com esses diferentes tipos de vovó. Identifique qual é a sua.

Vovó parceira – É o caso da dona Margot – apelido carinhoso da Margarida Menegazzo, de 68 anos. Ela, que mora em Várzea Grande, tem duas filhas, quatro netos e muitos amigos jovens que acumulou das relações dos netos.

Brincalhona, Margot tira foto com capelo da neta formanda

A família de Margot tinha uma empresa de alimentos para o ramo da viação. No entanto, com o fechamento de várias companhias aéreas e a mudança de protocolo, o negócio da família fechou. Agora ela se dedica a ajudar as filhas no ramo da culinária e a cuidar da casa onde mora com uma das filhas e duas das netas, além de se entreter com seus 11 gatos.

Na rotina da dona Margot, apesar de parecer comum, tem muitos diferenciais das pessoas da sua idade: ela é daquelas avós de levam e buscam os netos da balada, dá festinhas para os amigos dos netos – que, por sinal, tem idades entre 15 e 28 anos – e até joga um carteado. “Eles bebem, aí não dá para deixar eles dirigirem, né? Aí tem que buscar”, explicou.

Ainda parece comum? Pois saibam que dona Margot é quase tão tecnológica quanto suas netas. Ela contou à reportagem que adora fazer apostas em jogos de cavalo e cuidar da fazenda. Quando perguntamos em qual município ficava o terreno, ela riu. “É um aplicativo do Facebook, menina! Já tô no grau 112, já tem quatro anos que eu jogo. É desde que ganhei o iPad das minhas netas”.

A senhora descolada ainda gosta de viajar, principalmente para visitar os irmãos que vivem em outros estados, e também gosta de beber. Chegou até a convidar a reportagem para “queimar uma carne e tomar um Campari”.

Vovó descolada – Conhecemos a Gicélia Honório, de 43 anos. Ela é da turma das “jovens avós” e, mesmo com a pouca idade, já tem quatro netos de sangue e um quinto menino, enteado de uma de suas duas filhas. Mesmo ainda sendo nova, ela é daquelas que ama falar dos netos e não se envergonha em ser avó.

“As pessoas se assustam, sim. Não aconteceu de me confundir com irmã da minhas filhas, mas já devo ter me passado de tia descolada”, contou. A filha mais velha da Gicélia tem 27 anos. Então, a programação em conjunto costuma acontecer com frequência. Isto é, quando Gicélia está em Cuiabá, já que há alguns anos ela se mudou para Chapada dos Guimarães para “fugir do estresse da cidade”.

Gicélia Honório gosta de atividades culturais e rock (Acervo pessoal)

Apesar disso, se engana quem pensa que ela é da “calmaria”. Na verdade, essa vovó é da tribo mais diferente de todas as outras. “Eu gosto de estar no meio dos jovens, gosto de sair para a balada, de ir para o Cavernas. Eu sou roqueira, já fui do clube de motociclistas, gosto de esporte”, comentou, ilustrando o fato de estar “na ativa”.

Mesmo com um jeito característico, Gicélia diz que não influencia nas escolhas dos netos, que têm idades entre 13 e 5 anos, mas quando pode também incentiva que participem de eventos culturais, com os quais ela também tem familiaridade. Essa vovó também é daquelas que frequenta os espaços voltados para o cinema e para o teatro e, por isso, sempre está na lista de destinos o Sesc Arsenal e a UFMT.

Vovó viajante – Nesses dois ambientes em que Gicélia frequenta, também podemos encontrar a dona Elinah Oliveira, de 77 anos. Ela participa do grupo de coral da UFMT e também do Sesc Arsenal. A senhora nos contou hoje leva uma vida mais calma, principalmente porque os netos já cresceram. É que ela tem 10 netos, com idades entre 24 e 6 anos. Bom para o Francisco – o neto mais novo -, que aproveita a vó só para ele.

Elinah (de preto) com as amigas do grupo da terceira idade (Acervo pessoal)

Mas além de cuidar do menor – com quem faz questão de brincar de esconde-esconde e jogar bola para se manter ativa – dona Elinah também tem sua rotina, que faz com que ela fique “pra lá e pra cá”. “Eu não sei se sou agitada ou inquieta, mas eu sempre fui muito independente e quis fazer tudo por mim mesma. É da minha natureza”, contou. Há mais de 15 anos ela trabalha como revendedora de cosméticos e hoje trabalha com três marcas. Por isso quase não para em casa.

Ainda assim, estar em casa não é sinônimo de descanso para dona Elinah. Ela sempre dá um jeito de ter o que fazer e, mesmo quando não tem, arruma até móveis para trocar de lugar. Ela não é aposentada, mas tem muito amigo que é. Ela os conheceu na Faculdade da Terceira Idade há alguns anos, em uma instituição particular, e a turma ficou tão unida que tem um grupo. Eles já estão até se preparando para uma viagem para Tangará da Serra. Antes de conhecer o município mato-grossense, ela já esteve em Brasília e Belo Horizonte, diversos municípios do sul do país e até Portugal dona Elinah já visitou.

Vovó agitada – A disposição da dona Cidália Cabral, de 80 anos, é de dar inveja. O cansaço bateu só de ouvi-la contar sua rotina: Ela faz aulas de ioga, hidroginástica, dança de salão e escolinha da terceira idade. E se engana quem pensa que as atividades são próximas a ela. Na verdade, ela mora no Parque Cuiabá e vai até o Tijucal participar do Centro de Convivência dos Idosos – que está em reforma.

Dona Cidália na escolinha da terceira idade (Acervo Pessoal)

Ela também é das “vovós viajantes”. Ano passado foi para Aparecida do Norte, em São Paulo, conhecer a Basílica Nossa Senhora Aparecida e já está juntando dinheiro para ir novamente. “Eu fui com uma comadre, mas agora eu quero ir com um filho, porque ela fazia tudo devagar”, contou.

Enquanto não viaja, ela ainda concilia as atividades do Centro dos Idosos com os afazeres de casa – onde faz salgados – e seus hobbies, que são bordar, fazer crochê e ponto cruz. Ela, que tem seis filhos e 15 netos, contou que já foi mais agitada, principalmente por causa do trabalho – o qual se orgulha de dizer que foi cozinheira na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) por muitos anos.

Com tantos netos, ela já teve a oportunidade de vivenciar criações diversas. Contou que percebeu que hoje tudo é mais corrido e que antes os netos tinham mais carinho pelos avós. Mesmo sentida, dona Cidália não se sente sozinha (em razão da agitação diária). Disse que também mora perto de um dos filhos e que já tem bisnetos para cuidar. Mas que já não tem a mesma disposição que tinha quando mais nova.

Você sabe por que a comemoração é dia 26?
O dia 26 foi escolhido porque é quando a Igreja Católica celebra São Joaquim e Santa Ana, que são pais de Maria e, consequentemente, avós de Jesus Cristo.

Apesar da data histórica, o dia dos avós tem a origem em Penafiel, uma cidadezinha de 15 mil habitantes, na região do Porto, em Portugal. Lá morava Dona Aninhas, como a portuguesa Ana Elisa do Couto era conhecida. Ela era avó de seis pequenos (quatro meninas e dois meninos) e percebeu que, com o tempo, os anciãos da família acabavam esquecidos pelos parentes.

Foi na década de 80, aos 66 anos, que ela decidiu se tornar uma missionária da causa dos vovôs e, então, viajou por diversos países, como Brasil, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Espanha, Suíça, África do Sul e Angola. Ela pedia que se comemorasse o dia dos avós.

Quando Dona Aninhas faleceu, em 2007, ela teve uma placa em sua homenagem fixada na praça pública da sua cidade natal.

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