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Desafio LIVRE: abandonar velhos hábitos é um exercício diário de recomeços

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Desafio LIVRE: abandonar velhos hábitos é um exercício diário de recomeços
Foto: lifeforstock-br.freepik.com

Você já se pegou desistindo de tentar alguma coisa porque “já sabia” que não daria certo? Ou, quem sabe, até tentou por dois ou três dias, mas jogou tudo para o alto depois de dar uma escorregada? Bom, esse é o meu caso com a reeducação alimentar. Na verdade, com a “dieta”. Jornalista do LIVRE há nove meses, tenho 23 anos e, na batalha contra o espelho e a balança, estou no meio do caminho de onde gostaria de chegar.

Uma das minhas primeiras lembranças é da 5ª série. Em uma atividade de Educação Física, todo mundo precisou se pesar. Se já era desesperador subir na balança por si só, imagina depois que a professora divulgou o resultado?! Naquela época, aos 10 anos, eu pesava 70 quilos.

Meu “start” pela busca para uma vida diferente, porém – e não digo saudável porque eu só pensava em ser “bonita” -, começou aos 15 anos, quando me vi com 114 quilos. Com uma das minhas melhores amigas, resolvi me matricular em uma academia. E se você acha que foi nesse momento que a minha vida mudou, está enganado.

O médico norte-americano Maxwell Maltz elaborou aquela famosa teoria dos 21 dias – segundo ele, esse seria o tempo necessário para criar um novo hábito. Por experiência própria, discordo dele. É preciso mais do que a repetição de alguma coisa para uma mudança acontecer. No meu caso, se trata de disciplina e força de vontade.

(Foto: Arquivo pessoal)

A dieta e os velhos hábitos

Entre os meus 19 e 21 anos emagreci 30 quilos. Infelizmente, metade dessa gordurinha já voltou ao seu lugar. Eu não fiz uma reeducação alimentar. Fiz uma dieta. Uma dieta que envolvia uma mudança drástica na alimentação.

Daquela fase, alguns hábitos eu gostaria de ter mantido: fiquei todo esse tempo sem tomar refrigerante e não sentia falta. O mesmo acontecia com doces. Não tinha festa de criança que fizesse eu me empanturrar no açúcar. Mas como toda “boa dieta”, aquela fase se foi. Logo os quilinhos voltaram, disfarçadamente. Um quilo em um mês, dois quilos no outro. Quando somei tudo, ao entrar no Desafio Livre, já tinha recuperado mais de 10.

E preciso reconhecer, nessas primeiras semanas de desafio, não consegui participar. Fui alguns dias na academia, troquei o doce pela fruta, mas a bendita reeducação alimentar não acontecia. Por que? Por que é tão difícil abandonar os hábitos não-saudáveis?

Para o nutricionista Gustavo Soares, que tem acompanhado a equipe no Desafio Livre, isso acontece porque, geralmente, não encaramos a mudança como uma reeducação, mas como dieta, que tem horário e dia para acabar.

Além disso, ele chama a atenção para um ponto importante para quem, assim como eu, ainda está na luta para mudar o estilo da alimentação:

[featured_paragraph]“Recomeços sempre vão existir, mesmo para quem tem hábitos saudáveis. O importante é que, cada vez que você sair do planejado, analise onde foi o erro, sem culpas ou martírios. Só recomece”.[/featured_paragraph]

Apesar de ter ganhado um “sinal amarelo” para os dias em que dei uma escorregada, Gustavo frisou que é importante saber falar “não” para certas ocasiões que possam nos levar de volta aos velhos hábitos. E como conseguir falar “não”? “Apenas falando”, ele me respondeu.

O que o nutricionista quis dizer – e eu confesso que já sabia, assim como você também já deve saber, mas não coloca em prática – é que ninguém vai fazer por você. Às vezes, sua família ou seu companheiro pode te ajudar nesse processo de reeducação, mas ninguém vai na academia por você, nem deixar de colocar brigadeiro em uma festa apenas porque você não sabe se controlar. É a questão da disciplina, que mencionei anteriormente.

(Foto: Arquivo pessoal)

Trabalho de formiga

Falar sobre ter disciplina é, com certeza, mais fácil do que colocar em prática. Mas esse é um “trabalho de formiga”. Gustavo lembra que ninguém é obrigado a parar, de um dia para o outro, de beber refrigerante. A mudança nos hábitos vai acontecer aos poucos.

“Troque os alimentos mais industrializados por menos industrializados. Consuma mais alimentos in natura, faça um planejamento da sua semana e faça acontecer esse planejamento”, explicou.

Além da alimentação, a mesma coisa acontece com a inclusão de uma atividade física na rotina. Perguntei a ele como driblar o cansaço e a falta de vontade. Gustavo foi direto e reto: “vamos ficar sempre cansados, mas o hábito de ir vai se tornar rotina e a atividade física passa de ser uma obrigação para ser uma rotina de higiene mental”, disse.

Em geral, a grande dificuldade, seja para começar uma dieta, a reeducação alimentar, a fazer uma atividade física ou, até mesmo, algum trabalho que tem sido deixado de lado, o segredo é ter força de vontade. E, quanto a isso, não tem outra saída: levante e faça!

Como o nutricionista observou, a mudança não vai acontecer se ficarmos sentados esperando ou se qualquer desvio no novo plano de vida for motivo  para jogar a toalha. Pedindo “ licença” e parafraseando Mahatma Gandhi, proponho que sejamos, juntos, a mudança que queremos ver?!

Nos acompanhe

Semanalmente, um dos participantes do Desafio Livre escreve um artigo para compartilhar os aprendizados e as dificuldades enfrentadas ao longo dos dias. Também buscamos, diariamente, compartilhar um pouco da nossa nova rotina em nossas redes sociais. Você pode me acompanhar nessa jornada pelo Instagram @camillazeni e ao nutricionista Gustavo pelo perfil @nutrigustado. O @sigaolivre também compartilha tudo o que acontece com os participantes do desafio.

E se você quer marcar uma consulta com o nutri, entre em contato pelo telefone (65) 3614 9500, da clínica Gastrocenter, localizada no bairro Goiabeiras, ou pelo WhatsApp, no número (65) 98112 7623.

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