Mato Grosso

Deputados foram pagos para não denunciar corrupção no Detran, diz MP

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Deputados foram pagos para não denunciar corrupção no Detran, diz MP
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Os sete deputados estaduais denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) na Operação Bereré teriam recebido valores desviados de um contrato do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT). O MPE também denunciou os parlamentares por não terem agido para interromper o esquema, mesmo, supostamente, tendo conhecimento sobre a corrupção no órgão.

O MPE denunciou os deputados Mauro Savi (DEM), Eduardo Botelho (PSB), Baiano Filho (PSDB), Wilson Santos (PSDB), Romoaldo Júnior (PMDB), Zé Domingos (PSD) e Nininho (PSD). Ainda foi denunciado o ex-deputado João Malheiros (PR).

“Eles concorrem ou concorreram para as atividades da organização criminosa por, a despeito de terem plena consciência de que os contratos administrativos de delegação de serviços públicos pelo Detran-MT a empresas privadas são mantidos em razão do recebimento de vantagens indevidas por agentes públicos particulares integrantes do grêmio delituoso, deixarem de exercer a função constitucional fiscalizatória dos atos do Poder Executivo que são ínsitas ao mandato e indisponíveis”, diz a denúncia. “Além disso, todos eles são e/ou foram destinatários de parcela de tais vantagens indevidas, como contraprestação pela sua intencional omissão”.

Savi e Botelho fariam parte do chamado “núcleo de liderança”, responsável por articular o desvio de cerca de R$ 30 milhões do Detran-MT. O ex-governador Silval Barbosa, o ex-deputado federal Pedro Henry, o ex-presidente do Detran-MT Teodoro Lopes, conhecido como Dóia, e o advogado e ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques também atuariam como líderes do esquema. O deputado Mauro Savi seria o “dono” do órgão, controlando as ações de Dóia, delator do esquema.

De acordo com o MPE, a origem ilegal dos pagamentos feitos a parlamentares teria sido ocultada por pessoas próximas a eles, como funcionários da Assembleia Legislativa, parentes e parceiros comerciais. Os valores teriam sido desviados de um contrato do Detran-MT com a FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda, atualmente chamada EIG Mercados Ltda, para o registro de financiamento de veículos em Mato Grosso.

Entre os servidores e ex-servidores da Assembleia, foram citados Tschales Franciel Tscha, ligado a Nininho, Jorge Batista da Graça, vinculado a Zé Domingos, Luiz Otavio Borges e Wilson Pinheiro Medrado, conectados a Baiano Filho, e Valdemir Leite da Silva, subordinado a Romoaldo Júnior.

Cleber Antonio Cini, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Valdir Daroit, Elias Pereira dos Santos Filho (irmão do deputado Wilson Santos), Jurandir da Silva Vieira (sócio da Solução Cosméticos) e Marilci Malheiros Fernandes de Souza Costa e Silva, seriam parentes e parceiros comerciais responsáveis por lavar o dinheiro destinado aos parlamentares.

O MPE afirma que eles formavam “um grupo especializado de lavagem de dinheiro dentro da organização criminosa, o que fazem de forma remunerada, de modo que são destinatários finais de parte das propinas recebidas pelos componentes organização criminosa”.

Mauro Savi e Paulo Taques foram presos durante a deflagração da 2ª fase da operação, chamada de Bônus, no dia 09 de maio. Eles continuam detidos no Centro de Custódia da Capital (CCC).

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