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Deputados divergem sobre o fim da Secretaria de Agricultura Familiar

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Deputados divergem sobre o fim da Secretaria de Agricultura Familiar
(Foto: Ednilson Aguiar)

O fim da Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), previsto na reforma administrativa anunciada pelo governador eleito Mauro Mendes (DEM), repercutiu de forma polêmica na Assembleia Legislativa. O futuro gestor informou que as funções da pasta ficarão sob responsabilidade Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em seu governo, que inicia em 1º de janeiro de 2019. O deputado estadual Valdir Barranco (PT) criticou duramente a medida, enquanto Dilmar Dal’Bosco (DEM) foi favorável.

“A Secretaria de Agricultura, do jeito que está, trabalhando sem orçamento nenhum, só fazendo politicagem, não serve para Mato Grosso”, disparou Dal’Bosco. “Sempre questionei o ex-secretário [Suelme Fernandes] para que me mostrasse qual ação ele fez em alguma região que tenha uma cadeia produtiva que funcionou. O café de Aripuanã e de Colniza nunca saiu do papel. Aqui na Baixada temos uma indústria na Estrada da Guia que traz mandioca da Bahia para fazer aqui seu produto industrializado”, citou.

O deputado do DEM criticou a gestão da pasta. “Não tem um projeto. Vai entregar um trator para quê? Vai produzir o que se não tem desenvolvimento, cadeia produtiva, nada. Então precisa valorizar, para que tenha dinheiro, condição real de aplicar na agricultura familiar. Mas o orçamento é cada vez menor. Se não investir, não tem”, disse.

Empoderamento

Por outro lado, Valdir Barranco, que tem base eleitoral em assentamentos e comunidades voltadas para a agricultura familiar, e já foi superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso, se disse preocupado com a extinção da Seaf.

“Me traz preocupação a anexação da Agricultura Familiar a outra secretaria. Ela perderia o empoderamento que adquiriu ao longo dos últimos anos. Como eu trabalho muito com isso, sei da importância da agricultura familiar para Mato Grosso. São 150 mil famílias, e os recursos destinados ao setor já são precários. E me traz bastante preocupação saber que vamos ter um governo novo e ele vai praticamente descartar a agricultura familiar, porque ela vai perder o único espaço que tinha para os poucos avanços que teve”, disse.

O petista rebateu as críticas de Dal’Bosco e culpou o governo de Pedro Taques (PSDB) pela falta de ação da Seaf. “Se a secretaria fez quase nada, a culpa é do governo que ele foi líder, porque é uma secretaria importantíssima e ela deveria estar mais próxima dos agricultores familiares. Num Estado onde temos 500 mil pessoas vivendo da agricultura familiar, alguém pode dizer que não tem importância alguma ter um espaço destinado a atender às demandas da agricultura familiar? Isso é desprezo aos agricultores familiares, assentados, ribeirinhos, agricultores tradicionais”, disse.

O deputado Zeca Viana (PDT) divergiu dos colegas. Ele disse que não vê necessidade de manter a pasta, mas defende que o setor seja valorizado. “O que precisa ter é recurso para investir na agricultura familiar. Não é necessário que tenha secretaria, desde que tenha recurso que seja direcionado diretamente”, afirmou.

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