Mato Grosso

Deputados de MT já gastaram dois km de papel com moções, títulos e indicações

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Deputados de MT já gastaram dois km de papel com moções, títulos e indicações
(Foto: JL Siqueira / ALMT)

Mais de 8,5 mil folhas de papel. O suficiente para percorrer dois quilômetros, ou seja, sair da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e chegar ao Pantanal Shopping, ambos localizados na região do Centro Político Administrativo de Cuiabá.

Essa foi a quantidade de papel que os deputados estaduais usaram – só nos primeiros sete meses do ano – para apresentar moções, títulos de cidadão, ofícios e indicações ao governo do Estado.

Se fossem impressas a um custo de R$ 0,20, elas totalizariam um gasto de aproximadamente R$ 1,7 mil.

Só em indicações de obras e ações que o governo do Estado deveria fazer, na avaliação dos parlamentares, foram gastas quase 6 mil folhas de papel. A Assembleia Legislativa não adotou um sistema 100% digitalizado, então, todas as propostas são apresentadas no formato físico.

Em geral, cada indicação é composta por duas páginas: a primeira explicando o que precisa ser feito, a segunda, apresenta uma justificativa que “convença” que aquilo que se propõe é mesmo importante.

Em requerimentos, o documento oficial por meio do qual os deputados pedem a realização de uma audiência pública, por exemplo, os deputados estaduais de Mato Grosso já gastaram mais de 1 mil folhas de papel. Foram 502, no total, e cada um segue a regra das duas páginas.

Os títulos de cidadão e moções – estas geralmente são de aplausos ou congratulações, mas podem ser também de repúdio – seguem o mesmo padrão.

Presidente da Mesa Diretora, deputado Eduardo Botelho durante sessão plenária (Foto: JL Siqueira / ALMT)

Em 2019, até agora, já foram aprovados e entregues 63 títulos que tornaram pessoas não nascidas em Mato Grosso em cidadãs mato-grossenses. Na lista, está o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

E outras 65 personalidades ainda aguardam que os pedidos de seus títulos – já apresentados por deputados – sejam aprovados em plenário.

A Assembleia também já aprovou 655 moções de aplausos. A maioria delas concedida em homenagem a municípios que faziam aniversário na ocasião. Mas profissionais da segurança pública, faculdades e associações também já foram agraciados pelo trabalho desenvolvido.

As moções de congratulação somaram 305. Um exemplo delas foram as concedidas a cada um dos 16 secretários de Estado pelo fato de terem sido escolhidos pelo governador Mauro Mendes (DEM) para assumir os cargos que ocupam hoje.

E a lista da Assembleia Legislativa ainda inclui: 7 moções de louvor, 1 moção de solidariedade e 1 moção de repúdio.

Para que serve?

De acordo com o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), as indicações feitas ao governo do Estado têm pouca ou nenhuma serventia, já que, segundo ele, o Executivo não costuma atender o que está escrito nos documentos.

Já o deputado estadual Faissal Calil (PV) sustenta que esses pedidos devem ser acompanhados de um trabalho pessoal do parlamentar junto ao Executivo, senão, de fato, há pouca efetividade nas indicações.

Já quanto às moções e títulos de cidadão, Faissal avalia que eles possuem “caráter motivacional” para quem os recebe.

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