As revelações sobre o esquema de grampos ilegais operados no alto escalão da gestão do ex-governador de Mato Grosso Pedro Taques (PSDB) – e com a suposta participação de membros do Ministério Público Estadual (MPE) – repercutiram na Assembleia Legislativa.

Na noite de terça-feira (16), a deputada Janaina Riva (MDB), que foi vítima das escutas ilegais, destacou que, quando se trata do MPE, as investigações acontecem de forma diferenciada.

Ela destacou as declarações do coronel Lesco, citando participação do ex-procurador-geral Paulo Prado, e questionou: “O Ministério Público tem o direito de fazer o que quiser fazer?”.

Janaina ponderou que, se o esquema tivesse acontecido no âmbito de prefeituras ou até mesmo na ALMT, já haveria condução coercitiva, mandados de busca e apreensão e até pedido de afastamento de cargos.

“Quando se trata da Assembleia é assim que funciona. Primeiro afasta ou prende, ou toma qualquer atitude de condução coercitiva, para depois você avaliar se tem procedência ou não tem”, disse.

No fim da noite, ela pediu ao presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), para que o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, preste esclarecimentos à Assembleia sobre quais medidas deverão ser tomadas diante das revelações.

Na manhã desta quarta-feira (17), Botelho concordou com o pedido e decidiu convidar o chefe do MPE para explicar sobre o possível envolvimento de promotores e procuradores nas interceptações.

O parlamentar também comentou que, inclusive, já se fala sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Contudo, revelou ter pedido cautela aos deputados, para que possam, primeiro, ouvir o procurador-geral.

Nesta manhã, Janaina comentou: “o envolvimento do ex-chefe do Gaeco e de membros do MPE nos traz preocupação. Temos que impedir que ações como essas aconteçam de forma indevida”.

O encontro de deputados com o chefe do Ministério Público do Estado deve acontecer já na próxima semana.

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