Citado durante reinterrogatório do cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Correa Junior, no âmbito da Grampolândia Pantaneira, na semana passada, o deputado federal Juarez Costa (MDB) pediu que o Tribunal de Justiça apure a denúncia levantada pelo militar. A ação está sob a relatoria do desembargador Orlando Perri.
Na quarta-feira (17), Gerson afirmou que o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, teria cometido a prática de barriga de aluguel em diversas operações. O ato consiste em incluir números de telefones de não investigados em uma investigação já em curso.
Juarez era alvo da Operação Sorrelfa, deflagrada em 2016 após uma denúncia anônima. Em setembro daquele ano, ele sofreu busca e apreensão em sua casa, em Sinop (500 km de Cuiabá). Na época ele era prefeito da cidade e foi acusado de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e corrupção.
Além do deputado, outras seis pessoas também foram investigadas. Contudo, segundo revelou Gerson, mais de 45 números telefônicos foram incluídos nas listas de interceptações telefônicas e nenhum deles era de Juarez. Os telefones tinham DDD do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e outros estados.
A defesa do deputado também levanta a possibilidade de que a operação tenha tido caráter eleitoreiro, uma vez que aconteceu próximo às eleições. Na época, Juarez apoiava a atual prefeita do município, Rosana Martinelli (Partido Liberal).
Como as suspeitas pairam contra o Ministério Público, a defesa do deputado encaminhou a notícia-crime direto ao Tribunal de Justiça.
O advogado pede que a ação corra em segredo de justiça.
