5 perguntas para

Deputado José Medeiros: “meus tweets já foram bem piores!”

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Deputado José Medeiros: “meus tweets já foram bem piores!”
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Ele tem 49 anos e está em seu primeiro mandato como deputado federal por Mato Grosso. Antes, foi senador. Do estado, é o parlamentar mais influente nas redes sociais, segundo o ranking da FSBinfluênciaCongresso, divulgado em junho. Trata-se de José Medeiros (Podemos).

Apesar da vida pública que se arrasta há mais de 10 anos, José Medeiros não tem “papas na língua” quando o assunto é o Twitter – sua rede social favorita.

O LIVRE monitorou as publicações do deputado no mês de junho e chegou aos seguintes resultados: 615 posts, sendo que 23 deles eram enquetes. Outras 137 publicações eram “interações” de Medeiros com os seguidores.

Segundo o deputado revelou à reportagem, o Twitter sempre foi “seu canto”. Contudo, há dois anos ele passou ser mais “visado”. As polêmicas começaram com a morte do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Naquele 19 de janeiro de 2017, Medeiros publicou que “uma bomba” seria noticiada.

Na época senador, José Medeiros foi questionado sobre a “previsão”. Depois, em entrevistas, esclareceu que estava com o então presidente Michel Temer (MDB) quando confirmaram a morte do ministro. Em seguida, ele também questionou: “Quem será o próximo ministro?”, dando a entender que sabia quem seria a indicação do presidente.

Mas essa foi apenas a primeira grande polêmica na qual Medeiros “se meteu” no Twitter. Desde então, diversos outros casos aconteceram. Piadas, ironias e deboche são comuns na rede social.

Confira abaixo o que o deputado diz sobre seu Twitter:

1. Deputado, quem gerencia as suas redes sociais?
José Medeiros: O Twitter era a única ferramenta que eu não ia usar pro mandato e acabou ficando. O Facebook que era a ferramenta. A gente criou uma página e o gabinete atua muito forte, porque eu não dou conta de responder, preciso de ajuda. O Instagram eu também preciso de ajuda, mas o Twitter eu não tinha colocado nesse rol. Era uma coisa que eu sempre usei e era para zoeira. Sempre usei para comentar com os amigos e achei que iam me deixar escondidinho lá, que ninguém ia descobrir.

No Facebook são poucas as vezes que eu meto o pitaco, são poucas postagens que eu faço ainda, no Instagram também, geralmente eu só olho. Às vezes dou uma resposta malcriada, eles me chamam a atenção e eu quieto.

Em um mês, Medeiros fez 23 enquetes

2. Então todas as publicações, de piadas, enquetes, montagens às respostas aos usuários são feitas pelo senhor?
JM: Sim. A turma [de assessores] fala que é muito informal, e eu falo que isso não é pra ser profissional mesmo. Deixo a Ana [assessora] doida, mas eu prefiro.

Esses dias a gente estava em uma reunião e o cara falou: “Viu, quem é que mexe com o seu Twitter?”. Eu respondi que era eu e ele disse: “Meu Deus. Contrata uma pessoa!”. Eu não quero contratar uma pessoa.

Teve um que me chamou de covarde. Eu respondi: “covarde é o seu obstetra, que cortou o cordão umbilical ao invés do seu pescoço”. Aquilo chocou. Uma jornalista da Folha [de SP] perguntou: “O senhor acha correto dizer isso?”. E eu respondi que não sabia, mas que era o que me ocorreu na hora.

3. Nesses casos, o senhor não teme quebra de decoro?
JM: Ela se estende às redes sociais, sim, e a quebra de decoro pode ocorrer. É lógico que eu procuro dosar, dentro de tudo. Às vezes eu ando passando perto do alambrado [do limite], mas nunca deu, não. Eu já tive uns embates fortes, com o Jean Wyllys, por exemplo. Já chamei ele de “mama cuspideira”.

Quando eu não era uma pessoa pública, meus tweets eram bem piores. Naquela época não tinha tanto… Se fosse hoje dava quebra de decoro. Mas eu já dosei um pouco, porque a Ana fala que tem muita gente importante acompanhando. A turma descobriu. Antes era uma ferramenta de diversão. Eu chegava em casa estressado, entrava lá pra ver o que é que tinha.

Esses dias cheguei lá e tinha um ministro do STF [Supremo Tribunal Federal], o Marco Aurélio, respondendo um tweet meu. Eu falei que ele era pé frio. Eu falei: “Alguém por ai, se vir o Marco Aurélio no estádio, tira ele”. Ele me respondeu, falando: “Ué, mas eu não posso mais nem ir num estádio?”, e eu rebati que ele era o Mick Jagger brasileiro. Então notei que tinha que diminuir um pouco.

José Medeiros publica montagens em seu Twitter

4. Seguir essa linha é uma estratégia do José Medeiros?
JM: Virou uma estratégia, porque ele cresceu, o twitter. Tem muita gente com mais seguidores, mas meu Twitter tem hoje 77 mil seguidores. Eu acho que é o maior de Mato Grosso.

5. O senhor acredita que tem crescido o número de seguidores devido à sua espontaneidade?
JM: Talvez tenha sido. Tem muita gente. O Twitter tem uma ferramenta muito popular. Alguns tweets meus se tornaram muito conhecidos porque acabou saindo de dentro do Twitter e foram pro WhatsApp. Tem algumas enquetes que eu fiz, repeti e os caras vieram me zoar na Câmara, os petistas.

Eu estava no aeroporto em São Paulo esses dias e um promotor estava lá. Ele se chama Cléber Masson. Ele falou muito mal do projeto de Lei de Abuso de Autoridade. Ai eu respondi que tinha uma emenda lá que falava que tinha que prender todo promotor corintiano, de pronto. Aí eu o encontro, por acaso, no aeroporto. Ele acabou me reconhecendo, acho que pela foto, e falou: “Cara, então tinham mandado prender os corintianos?”. Eu falei: “Ô, doutor, desculpe, mas eu tirei a emenda porque falava só dos promotores. Se fosse todos os corintianos eu tinha deixado”.

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