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Dentro do agronegócio e faturando pouco: o que fazem as startups “do campo”?

Elas têm mais investimentos que todos os outros setores juntos e atuam no ramo que mais fatura no país, mas seus números não acompanham esse desenvolvimento

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Dentro do agronegócio e faturando pouco: o que fazem as startups “do campo”?

O Estado do agronegócio não é o Estado das agtechs, nome que recebem as startups que atuam no setor. Um levantamento da Associação Brasileira de Startups aponta Mato Grosso na sétima posição nacional, abrigando 3,8% das empresas instadas no Brasil.

Ainda é uma posição de destaque, mas bem atrás de outros dois Estados com agronegócio forte: Rio Grande do Sul e Paraná, que estão, respectivamente, na segunda e terceira colocação, atrás somente de São Paulo.

As regiões sudeste e sul, aliás, são as que concentram mais esse tipo de empresas. E o curioso sobre isso é que a maior parte delas, quase 73%, trabalham dentro das porteiras.

O que fazem as agtechs?

O mapeamento da ABStartups identificou que esse tipo de negócio atua em três momentos do agronegócio: antes da porteira (são pouco mais de 10% delas), dentro da porteira (quase 73%) e depois da porteira (17%).

As que estão antes da porteira das fazendas atuam, principalmente, com serviços financeiros (quase 44% delas) e com insumos, como sementes, mudas e fertilizantes (25%).

(Foto: Reprodução/ABStartup)

Quem está dentro das fazendas, trabalha – na maioria das vezes – com gestão de dados agrícolas (41%) e agropecuária de precisão (32,5%). Mas também há quem atue com maquinário, com metodologias e irrigação, com gestão de resíduos, entre outras atividades.

(Foto: Reprodução/ABStartup)

Já as que estão depois da porteira têm como principal negócio a venda dos produtos. Mais de 55% das startups dessa fase oferecem plataformas de negociação do que é produzido.

(Foto: Reprodução/ABStartup)

Faturamento e geração de emprego

Felipe Matos, presidente da ABStartups, afirma que as agtechs são o terceiro tipo mais comum de startup no Brasil. Ficam atrás somente das que atuam nos setores de educação e de bem-estar.

E apesar de estarem na terceira colocação, são as que mais recebem investimentos: quase o dobro da média geral de todos os outros setores.

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Mas isso parece ainda não refletir resultados tão positivos. O levantamento da associação aponta também que quase 22% das startups ligadas ao agronegócio ainda não têm faturamento.

E embora o agro movimente mais de 20% do PIB brasileiro (dados de 2019), a maior parte dessas empresas (pouco menos de 18% delas) têm faturamento médio de R$ 50 mil a R$ 250 mil por ano.

As que chegam a R$ 1 milhão somam 9,6% e as que passam dos R$ 5 milhões são 3,2%.

(Foto: Reprodução/ABStartup)

Os dados sobre a geração de empregos são semelhantes e há uma explicação para isso. Uma das principais características das startups é conseguir lucrar muito gastando pouco. Não é coincidência, portanto, que mais de 55% delas tenham apenas entre 1 e 5 colaboradores

Só 1,3% delas têm entre 40 e 100 funcionários. Percentual igual ao das que passam de 100 empregados.

(Foto: Reprodução/ABStartup)

A ABStartup contabilizou 299 empresas do tipo no Brasil e a maior parte delas (20,4%) têm mais de 5 anos de existência. Outras 19,7% nasceram há pouco mais um ano.

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