A Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) alertou o governo do Estado para risco de falta de cilindro de oxigênio em hospitais no interior e pediu auxílio para suprir a demanda.
Conforme a associação, algumas cidades já enfrentam a escassez por causa do aumento da internação de pacientes com sintomas da covid-19. O número atual de hospitais com problema de estoque está sendo apurado.
“Alguns municípios já fizeram mutirões, com a participação da sociedade, para viabilizar as aquisições dos cilindros de oxigênio, mas ainda assim a insuficiência persiste e pode ganhar contornos ainda maiores nesta segunda onda da pandemia”, disse o presidente da AMM, Neurilan Fraga.
Ele diz que o consumo diário de oxigênio envasado aumentou até 10 vezes nas últimas semanas. Municípios que antes utilizavam de três a quatro cilindros por dia, passaram para mais de 30.
O documento enviado ao governo do Estado aponta que a incidência de casos atingiu o maior pico do histórico em Mato Grosso, o que tem demandado maior internação e mais estoque de cilindro.
Fôlego curto
O diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, disse em audiência da Comissão Temporária da Covid-19 instalada no Senado, nessa quinta-feira (18), que existe risco de faltar oxigênio medicinal especialmente em pequenos hospitais e municípios interioranos.
Segundo ele, carretas de produtores da Amazônia esperam há dias a produção de oxigênio de uma indústria no interior do Maranhão. Em Curitiba, as carretas são obrigadas a se deslocarem para São Paulo e Rio de Janeiro, um percurso muito mais oneroso, com perdas do produto.
Conforme o senador Wellington Fagundes (PR), relator da Comissão Temporária Especial, as empresas estão resistentes em atender demanda de hospitais pequenos. O Ministério da Saúde pediu que seja aprovada uma lei emergencial para obrigar o abastecimento.
“As empresas atendem os clientes pela preferência do mercado, então, os pequenos hospitais acabam preteridos. A proposta é que haja lei que obriga o fornecimento para os pequenos hospitais”, disse.
Escassez nacional
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) informou nessa quarta-feira (18) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a falta de medicamentos essenciais para o tratamento de pacientes da covid-19 no Brasil.
Trata-se de sedativos necessários para intubação, propofol e cisatracurio, que têm hoje estoque para apenas uma semana.
Segundo a Anahp, o quadro é um recorte da situação em 40 hospitais associados. O baixo estoque é atribuído à falta de produto no mercado e ao aumento de preços.