Depois de acompanhar os dois dias de reinterrogatório dos militares acusados no âmbito da Grampolândia Pantaneira, o advogado Emmanuel Figueiredo, que representa o ex-governador Pedro Taques (PSDB), questiona a falta de provas levadas à Justiça.
Ele afirma que seu cliente está tranquilo e que “ninguém pode ser condenado sem prova que corrobore”.
Ao LIVRE, Figueiredo destaca as declarações do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Junior, que desde interrogatórios anteriores é categórico ao afirmar que os ordenadores das escutas clandestinas seriam o ex-governador e seu primo e ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.
Para o advogado, o cabo teria apenas “levantado poeira para cegar as pessoas”. Figueiredo é firme ao pontuar que nenhum dos três militares reinterrogados apresentou provas concretas e fala em “depoimento fragilizado”.
“Ele [Gerson] passou quatro horas falando sobre oito fatos, e, quando chegou no principal, diz que quebrou a placa, que jogou placa dentro do rio. Ele não fez um backup? Ele não sabe que existe backup? Que dá para tirar o conteúdo e colocar na nuvem ou onde quer que seja? Uma coisa tão importante”, complementa.
Figueiredo ainda lembra que Gerson já foi interrogado outras duas vezes e que chegou a dizer que fazia declarações “oportunas e convenientes”.
O advogado agora espera ter acesso aos documentos do processo e afirma que alguns pontos estariam “estranhos”.
Citado
Além do cabo Gerson, foram reinterrogados os coronéis Zaqueu Barbosa, que alegou que Taques o procurou pessoalmente para pedir os grampos, e Evandro Lesco, que afirmou que Pedro Taques teria ordenado grampos contra o ex-vice-governador, Carlos Fávaro.