Um ofício cobrando a reabertura imediata do Pronto-atendimento para gestantes de alto risco foi encaminhado pela Defensoria Pública de Mato Grosso (DPE) para o Hospital Universitário Júlio Muller. O serviço foi interrompido em 2020, por conta da pandemia da covid-19.
Na avaliação da DPE, a interrupção tem contribuído com a alta mortandade das mulheres gestantes. A observação foi feita pelo defensor público que atua na área da saúde, Fábio Barbosa, em matéria publicada no jornal A Gazeta, desta sexta-feira (10).
Segundo os dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade de Mulher em Idade Fértil e Materna, do Ministério da Saúde, os óbitos maternos subiram 68%, de 2019 para 2021, ao saltar de 38 ocorrências para 64.
O fechamento do serviço de pronto atendimento ocorreu durante a pandemia porque o Hospital Júlio Müller foi uma das unidades selecionadas e preparadas para receber pacientes acometidos pelo coronavírus. A equipe que antes atuava com as gestantes, passou a atender os casos de covid-19.
Nesse período, os partos continuaram acontecendo, mas em números bem abaixo do praticado anteriormente. De 2019 para 2021, os partos reduziram de 1.034 para 639, ou seja, 38% a menos. Nos atendimentos de urgência e emergência, a redução foi ainda mais drástica. Saiu de 7.314, em 2019, para 1.206 em 2021, ou seja, uma redução de 83,5%.
Por isso, Barbosa cobra relatórios dos atendimentos que estão sendo feitos e a justificativa pela não retomada dos atendimentos. A Defensoria recomenda o retorno imediato do serviço, ainda que gradativamente.
Por meio de nota, o HUJM afirma que o atendimento ambulatorial às gestantes de alto risco está mantido. Já o pronto atendimento está restrito àquelas que forem encaminhadas via Central de Regulação de Vagas do Sistema Único de Saúde. Todavia, é estudado o retorno das atividades de urgência e emergência
