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Curta-metragem mato-grossense entra na disputa do Festival de Gramado

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Curta-metragem mato-grossense entra na disputa do Festival de Gramado
Majur narra cotidiano e anseios de chefe de comunicação da aldeia bororo Pobore, ao sul de Mato Grosso

Depois de estrear em uma das principais mostras cinematográficas pela defesa dos direitos humanos e inclusão LGBTI+, o Festival Internacional de Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (DIGO) e, de quebra, faturar o prêmio de Melhor Curta-Metragem pelo Júri Popular, o cineasta Rafael Irineu comemora a mais recente conquista: o curta-metragem “Majur” foi selecionado para o 46º Festival de Gramado e, assim, concorre ao kikito, troféu deste que é um dos mais importantes festivais do cinema nacional.

“Eu não tenho nem palavras. A felicidade é enorme. Aproveito para agradecer todo mundo que apostou de alguma forma em mim e no projeto. Um ano de gravação cheio de desafios, baixo orçamento e uma equipe linda”, disse ao divulgar a notícia em seu perfil no Facebook. O primeiro semestre do cineasta foi bastante produtivo. Outro filme, o Rio Vermelho, entrou na programação do Canal Brasil e Rafael foi um dos entrevistados do Pausa Pro Café, apresentado pelo ator Humberto Carrão.

“Majur” é um dos 14 filmes de curta-metragem que serão projetados na tela do Palácio dos Festivais durante o evento serrano, que acontece entre os dias 17 e 25 de agosto. O LIVRE, teve acesso em primeira mão ao filme. A matéria completa você confere aqui.

O filme-processo, ao que parece, é uma introdução ao que há por vir, já que o protagonista do curta, o chefe de comunicação da aldeia bororo Pobore, ao sul de Mato Grosso, não apenas interfere em algumas cenas do filme, como também ele próprio se vê em meio a uma fase de afirmação com desdobramentos passíveis de ainda serem documentados.

Na trajetória, se fortalece com a aceitação de entes queridos. Isso lhe confere mais ânimo e segurança para que se mantenha em direção à evolução de sua jornada. O gênero está na alma, mas o corpo também pode estar sintonizado aos desejos mais puros sobre como se sente e como se vê.

Com uma condução bastante sensível, Irineu tem espiritualidade e leveza para tratar do assunto por vezes indigesto à sociedade e que, ao certo, quando essa história tornar-se conhecida, haverá os que enxergarão uma grande problemática no fato de um indígena se posicionar como um LGBT.

De acordo com a assessoria do evento, para avaliar os 365 filmes inscritos, o Festival de Cinema de Gramado contou com uma comissão de seleção formada pela diretora Camila de Moraes; a produtora e diretora, Karine Emerich; o ator e produtor, Sérgio Fidalgo; o professor e escritor, Stephen Bocskay e a produtora e diretora, Tatiana Sager.

Segundo a comissão, “temas latentes serão apresentados com olhares diversificados, abordando assuntos cada vez mais urgentes e necessários na procura por uma produção audiovisual que possa representar melhor grupos que nem sempre tiveram espaço e visibilidade”.

Além disso, “em busca da memória e de registrar novas narrativas, teremos uma seleção extremamente diversa, rica e potente, que intensifica o debate entre filmes, realizadores e público”.

Antes, só outro mato-grossense havia conseguido essa façanha. Foi Bruno Bini, que participou da 43ª edição, com o curta-metragem “S2”.

Confira a lista dos filmes selecionados para a mostra competitiva:

“Majur” (MT), de Rafael Irineu
“À Tona” (DF), de Daniella Cronemberger
“Apenas o Que Você Precisa Saber Sobre Mim” (SC), de Maria Augusta V. Nunes
“Aquarela” (MA), de Thiago Kistenmacker e Al Danuzio
“Catadora de Gente” (RS), de Mirela Kruel
“Estamos Todos Aqui” (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim
“Um Filme de Baixo Orçamento” (SP), de Paulo Leierer
“Guaxuma” (PE), de Nara Normande
“Kairo” (SP), de Fabio Rodrigo
“Minha Mãe, Minha Filha” (SP), de Alexandre Estevanato
“Nova Iorque” (PE), de Leo Tabosa
“Plantae” (RJ), de Guilherme Gehr
“A Retirada Para Um Coração Bruto” (MG), de Marco Antonio Pereira
“Torre” (SP), de Nádia Mangolini

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