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Cuidados paliativos representam mais qualidade de vida aos pacientes com câncer

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Cuidados paliativos representam mais qualidade de vida aos pacientes com câncer
Pós-graduanda em cuidados paliativos da Clínica Oncolog, Marilúcia Santin

Certificada como área de atuação médica no Brasil desde agosto de 2011, a medicina paliativa é um campo que age em benefício da qualidade de vida dos pacientes que possuem doenças crônicas cardiovasculares, respiratórias, renais e câncer. Durante o tratamento são utilizadas abordagens que oferecem suporte emocional, psicológico e social para o paciente e familiares.

O profissional paliativista atua com uma equipe multidisciplinar que propõe atividades que estimulem os pacientes e promovam o sentimento de alegria e bem estar, tais como: exercícios físicos, leitura de livros, cinema, teatro, música, saída com os amigos, entre outras opções que se adequarem à realidade do paciente e familiares, mas que possibilite conforto e satisfação.

De acordo com a médica pós-graduanda em cuidados paliativos da Clínica Oncolog, Luciana Orsi, atualmente os cuidados paliativos já são utilizados em pessoas com doenças curáveis por serem capazes de promover melhoras significativas nos pacientes.

“Nesta especialidade, nós conseguimos trabalhar com foco 100% na satisfação do paciente e isso garante um atendimento personalizado capaz de aliviar dores físicas e emocionais, sintomas, melhoria na alimentação e bem-estar da pessoa”, afirma.

Embora seja uma especialidade utilizada, em sua maioria, em pessoas na fase final da vida, a medicina paliativa tem atuação chave no aumento na sobrevida do paciente, se iniciada desde o diagnóstico. O desempenho dessas atividades desde o princípio, reduz os níveis de ansiedade e fortalece os mecanismos de enfrentamento da doença.

A médica ainda ressalta que as decisões da pessoa que está passando pelo tratamento paliativista são garantidas em todos os estágios da doença. “Quando identificamos que a doença irá comprometer as faculdades mentais do paciente, asseguramos que suas vontades sejam garantidas, como não utilizar equipamentos de reanimação, ficar com os familiares no tempo que ainda possuem e não no hospital, por exemplo”, pontuou.

Além disso, Luciana confirma que a ação do paliativista não termina caso o paciente venha a falecer. “Nós fazemos acompanhamento com os familiares que estão passando pelo luto. A morte de alguém muito querido pode gerar uma tristeza profunda. O luto mal resolvido pode tornar-se um problema psicológico. Então, essa assistência à família é fundamental”, assegura.

Psico-oncologia

O diagnóstico de câncer é o primeiro contato do paciente com a doença e pode tornar-se um período traumático, causando um desequilíbrio psicológico em todos os envolvidos. Em razão da necessidade de oferecer suporte emocional, a psico-oncologia foi criada com o objetivo de compreender todas as dimensões envolvidas nesse contexto.

A psico-oncologia ganhou notoriedade e passou a ser pesquisada na década de 90, já sendo praticada por apresentar um papel fundamental durante o tratamento do paciente. A psicóloga Marilucia Santin, confirma como o sistema emocional adoece em conjunto com o paciente.

“A notícia da origem de uma doença grave como o câncer, pode desencadear reações emocionais agudas. Sabemos que o câncer é uma doença física, no entanto, adoece todo o sistema emocional do ser humano e o familiar. A forma como esses sentimentos podem emergir está relacionada as crenças culturais, experiências e histórias vividas previamente pelo paciente, familiares ou amigos”, afirma Marilucia.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer a cada ano. A expectativa é de surgir 21,4 milhões de novos pacientes com a doença até 2032 e o processo de enfrentamento do adoecimento e ressignificação pode ser facilitado por meio desse suporte psicológico.

“Um dos passos mais importantes para atuar com a psico-oncologia é trabalhar com uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de oferecer cuidado e acolhimento ao paciente oncológico. Colocamos em evidência as organizações psíquicas primárias do paciente, o significado da doença para ele, assim o paciente poderá desmistificar alguns entendimentos errôneos com o tratamento, construindo um vínculo realista para o enfrentamento da doença”, relata a psicóloga.

(Com assessoria)

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