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Cuiabanos dão ‘toco’ na falta de incentivo ao esporte e fortalecem as partidas de basquete

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Cuiabanos dão ‘toco’ na falta de incentivo ao esporte e fortalecem as partidas de basquete

Em uma busca rápida grandes nomes de atletas ou grupos no facebook, “Basquete UFMT” ou “Basquete até na Chuva” são alguns dos que reúnem os atuais jogadores do esporte na cidade, mas também há o grupo “Ex jogadores de basquete de Cuiabá-MT” com a descrição saudosa de momentos vividos nos anos 1975 a 1997, que mostra que essa paixão pelo basquete tem atravessado décadas na capital.

Reprodução do facebook

Basquete independente

Cuiabanos se reúnem para jogar de forma independente na capital.

 

A equipe do LIVRE fez um “bate-bola” de perguntas com alguns atletas enquanto rolava uma partida próxima a avenida Coronel Escolástico e descobriu perfis de diferentes apaixonados pelo basquete. O jornalista Heronilton Silva (25), que diz sempre ter jogado futsal e, inclusive, disputou torneios pelo Uirapuru [conhecido como ‘Santos Cuiabano’, por se tratar de uma franquia do Santos Futebol Clube] disse que o basquete começou como uma brincadeira. “Para mim o basquete é sinônimo de integração, são pessoas de todos os tamanhos e idades, mulheres ou homens, não há distinção e todos contribuem com diferentes funções na hora do jogo”, disse.

A estudante Wévelyn Gardin Taques (20), diz que o primeiro contato com o basquete foi na quarta série, mas joga frequentemente há quatro anos. “Participo dos jogos universitários e campeonatos, recentemente participei do Campeonato de férias pela Núcleo de Basquetebol da Unic (NBU), Copa [pela liga de basquete] Metropolitana e Jogos Universitários Brasileiros (JUB’s). Para mim basquete é vida, quando começamos a jogar ajudamos uns aos outros, é como uma família”, declarou.

Reprodução do facebook

Bate-bola semanal

Apesar da falta de incentivo, amantes do esporte persistem em treinos e jogam toda semana.

 

Por falar em começar a jogar cedo, Paulo Henrique Muller (19), joga há 11 anos e disse que foi descoberto enquanto morava na Espanha, por um professor de educação física. “Comecei a jogar com oito anos de idade, o que é muito comum em outros países. No primeiro ano eu já era uma das posições de destaque e no ano seguinte passei a treinar com alunos mais velhos que eu, joguei por oito anos no Campeonato Espanhol, e na volta ao Brasil, joguei no Campeonato Paulista, em Bauru. O diferencial do basquete para muitos outros esportes é que, pode até haver rivalidade entre os times, mas no final do jogo todo mundo sempre dá as mãos e se abraça, e é parceiro fora da quadra”, finalizou.

Basquete de Rua ao Profissional

O atleta cuiabano Fabiano Souza (36), nos contou um pouco da sua trajetória como jogador profissional no berço do baquete, Estados Unidos, e sua participação em ligas renomadas. “Participei de campeonatos de nível nacional como os Jogos Abertos Brasileiros, Jogos Brasileiros Universitários e na primeira edição do Novo Basquete Brasil (NBB). Nos EUA joguei a liga universitária onde tive a oportunidade de jogar contra os melhores e viajar por muitas cidades e estados norte-americanos. No meu primeiro time por lá, San Jacinto College, fomos vice no campeonato nacional. Depois, transferido para a Universidade Santa Maria, na cidade de San Antonio e, posteriormente, San Jacinto College, na cidade de Houston, ambas no Texas”, contou.

Fabiano começou a jogar em 1994, com 13 anos devido à altura e encerrou sua carreira profissional em 2010, aos 31 anos. “Nos EUA as crianças e adolescentes praticam esporte desde muito cedo. Me recordo de um período que atuei como técnico em clínicas de basquete da NBA, e pela minha universidade, que tinha crianças de 3 anos de idade com todo potencial e vontade em se tornarem atletas no futuro. Eu vejo isso como uma cultura esportiva onde nasce em casa com incentivos dos pais, familiares e amigos”, explicou.

Segundo o esportista [que atualmente treina com o grupo Ki-Modelo Basketbal em Cuiabá], o esporte e a música, há muito tempo tem sido uma válvula de escape para os adolescentes e jovens que vivem em comunidades mais carentes. “Os jovens aqui, ou em qualquer parte do mundo, almejam o sucesso esportivo para saírem de condições desfavoráveis de forma social e racial. Em Mato Grosso falta muito incentivo para todos os esportes, mas estou esperançoso por uma nova fase do basquete, com novos times e mais campeonatos”, concluiu. 

Para quem deseja iniciar nos jogos, basta procurar os grupos [do facebook] marcados acima desta matéria, os encontros são semanais e as equipes são formadas por pessoas de todas as idades.

 

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