Cuiabá chega nesta segunda-feira (8) aos seus 300 anos com uma representatividade há tempos não vista na Assembleia Legislativa. Dos 24 deputados estaduais, até 2018, apenas 6 eram da Capital; para os próximos quatro anos, o número subiu para 10. Desses, metade tem histórico de atuação na política do município.
Entre os parlamentares cuiabanos, um é ex-prefeito da Capital. Wilson Santos (PSDB) comandou o município entre 2005 e 2010. Outros quatro vieram da Câmara de Vereadores. Trata-se de Elizeu Nascimento (DC) e Paulo Araújo (Progressistas), que chegaram a ter que renunciar aos mandatos ainda em curso; e Faissal Calil (PV) e Lúdio Cabral (PT), que já haviam desocupado as cadeiras do Palácio Paschoal Moreira Cabral quando concorreram ao cargo de deputado.
A lista ainda conta com o novato Ulysses Moraes (DC), nascido na Capital, e os deputados Carlos Avalone (PSDB), Eduardo Botelho (DEM), João Batista (Pros) e Janaina Riva (MDB), que não são naturais de Cuiabá, mas construíram suas bases eleitorais na cidade.
Janaina Riva, por exemplo, é de Juara, interior de Mato Grosso, mas que mora em Cuiabá desde criança. Ela lembra que teve uma boa votação na Capital porque a cidade é a que mais repercute seu trabalho mo Legislativo. Ainda assim, a parlamentar diz que ficou surpresa ao conseguir mais de 8 mil votos na cidade, principalmente por conta do número de vereadores e ex-vereadores que concorreram à Assembleia Legislativa.
Para Paulo Araújo, no pleito do ano passado, os eleitores da Baixada Cuiabana, enfim, entenderam a necessidade de ter uma maior representatividade no Parlamento estadual. “Nossa região vinha perdendo espaço, principalmente, para o interior do Estado, que se organizava naquilo que a gente pode chamar de voto útil: as pessoas identificavam um candidato e votavam massivamente nele”, avalia.
Além disso, ele destaca que praticamente todos os deputados do interior sempre conseguiram “beliscar” votos em Cuiabá. Neste ano, a quantidade de vereadores candidatos a deputado estadual, na avaliação de Paulo Araújo, ajudou a mudar isso. “Agora, a Baixada Cuiabana recupera sua autonomia política, algo que havia se perdido ao longo das legislaturas”.
Já Wilson Santos, acredita que uma maior representatividade na Assembleia Legislativa é boa, não só para Cuiabá, mas para as cidades do entorno da Capital. “Espero que isso se traduza em melhoria de vida para a população. Não podemos ficar assistindo a Santa Casa sendo fechada, a saúde precária, um aumento da violência. Espero que esse aumento da bancada cuiabana se traduza em ações concretas, se traduza em melhoria da qualidade de vida da população”, disse.