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Cuiabá 40°C: pandemia e calor fazem depender do ônibus ser ainda pior

Neste ano, as dificuldades corriqueiras são acompanhadas de novidades como ar-condicionado desligado e o uso da máscara

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Cuiabá 40°C: pandemia e calor fazem depender do ônibus ser ainda pior
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

A onda de frio passou e a previsão do tempo aponta que as altas temperaturas – beirando os 40°C – estarão de volta a partir dessa segunda-feira (24). Um desafio a mais para quem depende do transporte coletivo em Cuiabá.

Há pontos de ônibus sem abrigo, o ar-condicionado das estações estão desligados e os aparelhos nos poucos carros da frota estão sendo usados somente no modo exaustação (ventilação). 

“Nem mesmo quando as estações estão cheias, nos horários de pico, o ar condicionado é ligado. Outro dia, seis horas da tarde, entrei na Estação da Ipiranga e minha camisa chegou a ficar molhada de suor. É um calorão que Deus me livre”, diz o vendedor ambulante Johnson Duarte Ferreira, 47 anos. 

Ele circula pelas portas das estações no centro de Cuiabá (Alencastro, Bispo D. José e Ipiranga) com seu isopor de água e refrigerantes e enfrenta o calor do lado de fora e do lado de dentro.  

Conta que ainda não viu nenhuma situação de pessoas que passaram mal por influência direta do calor. Mas acredita que o clima abafado pode estar associado alguns desmaios de pessoas que passam o dia sem alimentação e, na hora de ir embora, encaram as estações  de ônibus cheias. 

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Ônibus cheios de novo! 

A diarista Ana Clara, 31 anos, diz que já viu uma adolescente desmaiar. Aconteceu em umas das recentes manhãs, em que o dia já inicia com a sensação térmica bem alta, e depois que os ônibus voltaram a ficar cheios, com a circulação de mais pessoas indo para o trabalho. 

“Pedi para uma pessoa que estava sentada levantar e dar lugar para a menina. Ela ficou pálida e começou a desmaiar. Estava um calorão, oito horas da manhã. E o ônibus estava cheio de novo. Bem no início da pandemia a gente estava conseguindo ir e volta sentado, porque tinha pouca gente”, ela conta. 

Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), a média diária de passageiros em Cuiabá é de 260 mil pessoas. Com a restrição da circulação na pandemia, o movimento caiu cerca de 30%. 

Os passageiros ainda estão proibidos de embarcar sem uso de máscara.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Não está favorável 

No fim de julho, com a volta das atividades econômicas – ainda que em horário reduzido -, a ocupação dos ônibus voltou a aumentar. É um público distribuído por apenas 360 veículos. 

Desse total, apenas 30% têm ar-condicionado instalado. Mas os equipamentos estão funcionando a meio serviço. A Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos (MTU) informou que, desde o início da pandemia, os carros estão circulando apenas no modo exaustão. 

Faz parte das medidas para conter a propagação do novo coronavírus. Com o aparelho ligado, os ônibus circulam com as janelas fechadas e com corriqueira lotação acima da capacidade. 

Esse tipo de serviço, segundo a MTU, será mantido até que haja uma nova decisão da prefeitura sobre as condições sanitárias. A mesma restrição está valendo para o funcionamento de ar-condicionado nas estações. 

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Já a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) informou que há autorização para que os aparelhos sejam ligados. Mas, na prática, a reportagem do LIVRE checou que apenas os ventiladores nas entradas estão funcionando. Um servidor disse que é determinação da prefeitura. 

Quanto aos abrigos, a secretaria disse que a retirada faz parte dos serviços de revitalização das paradas de ônibus. 

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