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Crianças levam professora às lágrimas com chá de bebê surpresa

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Crianças levam professora às lágrimas com chá de bebê surpresa
Nesse momento, as crianças faziam uma oração para Renato - o bebê da professora Natália

Era apenas mais um dia comum de aula para a turma no 2º ano do Centro Integrado de Ensino (CIE), em Rondonópolis (210 km de Cuiabá), ou, pelo menos, era isso que a professora Natália Crozara Garcia Leão, de 33 anos, acreditava. Porém, na hora do lanche, a surpresa: as crianças e as mães prepararam um chá de bebê que transformou o dia em um turbilhão de emoção e muitas lágrimas.

Natália está grávida de seis meses e Renato – nome dado ao bebê – é esperado pelos 22 alunos, que têm entre sete e oito anos, como se fosse um irmãozinho. Eles descobriram junto à professora sobre a gravidez, fizeram a revelação do sexo na sala de aula e falam de Renato o dia todo.

“Eles queriam que eu trouxesse o Renato na sala no mesmo dia que ele nascesse, que eu saísse da maternidade e trouxesse aqui na escola para eles conhecerem”, contou a professora, ainda emocionada com o amor dedicado pelos alunos a ela e ao filho.

A previsão é de que o bebê nasça em março de 2019. As crianças já terão retornado das férias, no entanto, estarão em uma nova turminha, com outra professora. Então, no penúltimo dia de aula, dia 27 de novembro deste ano, as mães das crianças, que também gostam muito da professora, organizaram o chá surpresa junto aos pequenos.

“As mães têm um grupo de WhatsApp da turminha do 2º ano. O ano inteiro elas foram fazendo muitas surpresas para mim. Aí, no final, elas resolveram fechar com chave de ouro e quase me mataram de emoção”, disse a professora.

No aniversário de Natália, ela resolveu levar um bolo para comemorar com os alunos na sala. As mães levaram a comemoração a sério e mandaram muitos presentes, além das cartinhas escritas pelos alunos.

Na escola, é comum que no último dia de aula todas as turmas façam um lanchinho coletivo de despedida. Mas, como muitos alunos faltariam nesse dia, as mães resolveram que a festinha da turma do 2º ano seria no dia 27 de novembro.

Natália acreditou que seria apenas o lanche. Foi avisada pelas mães às 12h15, sendo que a aula começa às 13 horas. Ela até lamentou não ter sido avisada antes, para poder também levar algo. Mal sabia que já estava tudo planejado entre as mães, a coordenadora da escola e os alunos da classe.

Desenho feito por um dos alunos

E foi tudo muito bem organizado. O aviso sobre o lanhe coletivo foi para que a professora não recolhesse o que os alunos tivessem levado para o horário do recreio, como ela faz todos os dias. As mães também orientaram os filhos para que ninguém deixasse a professora ver as mochilas, nem mesmo abrissem as mochilas, senão ela poderia ver os presentes.

Por volta das 14h40, começou a surpresa. A coordenadora foi até a sala de aula, chamou a todos e disse: “vai ter um lanche para vocês na sala do andar de cima”. Nesse momento, segundo Natália, ela já começou a ficar nervosa e perceber que tinha algo diferente acontecendo.

“Ai a coordenadora falou assim: ‘podem pegar os presentes que vocês têm ai dentro da mochila e vamos subir com a tia Natália’. Então eu já subi chorando, porque eu já vi que ia ter algo. Mas eu não imaginava que era um chá de bebê”, lembrou a professora, aos risos.

Emotiva com a gestação, quando chegou na sala e viu tudo arrumado, inclusive um bolo com o nome Renato, Natália desabou a chorar.

“Eu acho que as crianças já conhecem esse meu jeito emotivo, aí teve criança que chorou junto. Eu fiquei muito emocionada mesmo, eu não consegui parar de chorar, até nas fotos dá pra ver”.

Todos os elementos da surpresa – lanche, bolo, topo de bolo, toalha de mesa – estavam escondidos na secretaria para que Natália não descobrisse nada. Nos presentes, roupinhas, fraldas… e até a roupinha para o bebê sair da maternidade.

“E fizeram desenhos do Renato. O Renato grandinho, ele andando, cada um fez um desenho do Renato. Eu vou guardar todos para mostrar pra ele e colocar um pouco em quadrinhos para colocar no quartinho dele”, contou.

Natália é professora há cinco anos. Antes, se formou em direito e exerceu a advocacia por cinco anos. Abandonou a carreira por se sentir infeliz e decidiu que iria trabalhar com o que mais amava: crianças. Essa foi a primeira turminha em que ela foi regente, antes era assistente de classe. O carinho e proximidade foi tamanho, que mal acabou o ano e a saudade já está grande.

Segundo Natália, atitudes como essa dos alunos e das mães só a fazem amar ainda mais a profissão.

“É gratificante ver que as mães percebem que eu faço por amor. Porque eu abandonei uma profissão, eu era advogada, eu advoguei por cinco anos, larguei tudo, fui fazer pedagogia e fui trabalhar na área. E não me arrependo em nem um minuto, isso só me faz ter certeza que eu estou no caminho certo”.

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