Principal

Criação de gabinete será avaliada, diz controlador

3 minutos de leitura
Criação de gabinete será avaliada, diz controlador

Ednilson Aguiar/O Livre

Ciro Rodolpho Gonçalves

O controlador-geral do estado de Mato Grosso, Ciro Rodolpho, e o jornalista Augusto Nunes

O governo do Estado deverá rever, dentro da proposta de reforma administrativa, a necessidade de manter o Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, estrutura com status de secretaria criada em janeiro de 2015. A informação foi antecipada pelo secretário-controlador geral, Ciro Rodolpho Gonçalves, da Controladoria Geral do Estado (CGE), em entrevista ao programa O Livre, que vai ao ar às 19h25 desta terça-feira, na Band.

“Neste momento, passados dois anos, é natural que qualquer governo faça uma avaliação das decisões tomadas anteriormente. Este é o objetivo da reforma administrativa e a gente está discutindo isso”, afirmou o controlador.

Atualmente comandado pelo delegado Fausto José Freitas da Silva, o gabinete ficou durante quase dois anos a cargo da economista e blogueira Adriana Vandoni, que pediu demissão em dezembro.

Para a oposição, a estrutura foi criada apenas para abrir um cargo à aliada do governador Pedro Taques. Isso porque as funções previstas para o gabinete, em sua totalidade, se chocam com aquelas estabelecidas para os auditores da CGE. Questionado sobre o assunto, Gonçalves evitou entrar em polêmica, mas disse que o governo irá pesar os custos de manter o gabinete e a CGE atuando em paralelo. “Não sou eu quem detém o voto, mas confio muito nas decisões do governador”, disse.

Em relação aos supersalários do executivo, revelados em reportagem do LIVRE, o controlador não negou os valores, mas disse que a análise do salário mensal de um servidor não pode levar em conta “apenas o valor total recebido no ano, dividido por 12”. “Há algumas algumas vantagens pessoais ou rubrica de carreiras que são acrescidas ao salário. Um exemplo é o chamado abono de permanência, no qual o servidor já poderia estar aposentado, mas recebe esse benefícios para que permaneça na atividade. Isso não é computado para fins de teto. A indenização por licença prêmio acumulada é outro caso”, afirmou.

Ele admitiu, porém, que a questão precisa ser mais claramente definida. “Isso precisa ser aperfeiçoado constitucionalmente, sem dúvida. As regras precisam ser repaginadas. O momento é este. A gente está vivendo a onda da limitação do gasto público. É momento de rediscutir, até para separar o joio do trigo. Esses exemplos que eu dei, ou seja, as indenizações, são garantias constitucionais”, opinou.

Sobre o fato de auditores (incluindo o próprio secretário-controlador) estarem na lista de maiores salários do Executivo, Ciro preferiu destacar o papel da categoria na prevenção de irregularidades e a economia de recursos advinda desta atuação. “Um controle externo firme faz sobrar dinheiro para outras áreas. Você audita despesas de R$ 800 milhões e consegue economizar R$ 400 milhões. Isso é dinheiro que pode ser usado em outras áreas. Nosso último concurso público foi homologado no ano passado, com uma concorrência de 350 candidatos para cada vaga.”

Gonçalves foi entrevistado pelo jornalista Augusto Nunes, pelo cientista político Luiz Antonio Valle e pelo repórter do site O LIVRE, Mikhail Favalessa.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes