O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos divulgou, este ano, uma pesquisa sobre a contaminação por covid-19 em ambientes escolares. A constatação é que há maior risco em universidades do que em escolas de nível básico.
O CDC destaca que evidências encontradas em diversos estudos sugerem que crianças e adolescentes podem ser menos comumente infectados pelo novo coronavírus do que adultos.
Segundo a pesquisa, crianças menores de 10 anos de idade também podem ter menos probabilidade de serem infectadas do que adolescentes. “Essa possibilidade é apoiada por estudos de rastreamento de contato. A suscetibilidade à infecção pelo vírus e a proporção entre aqueles infectados que apresentam sintomas geralmente aumentam com a idade”, diz trecho do estudo.
Para o especialista em Educação e Tecnologia, Alfredo Freitas, as revelações do estudo mostram que o risco de contaminação será maior nas universidades. Para ele, é nessa área do ensino, portanto, que deve haver mais investimentos em ferramentas de educação à distância, pelo menos, enquanto a cobertura vacinal no Brasil não for ampla.
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“O ensino via internet é uma realidade irreversível no Brasil e no mundo e já recebe um novo impulso devido à pandemia. Precisamos estar todos atentos a este fenômeno e buscar, principalmente no Brasil, investimentos em tecnologia educacional, conectando as escolas, e principalmente as universidades. Não haverá solução imediata para a retomada do ensino que não passe pela digitalização dos processos metodológicos”, afirma Alfredo Freitas.
Vacinação não estimula retorno às escolas
Freitas destaca que, nos EUA, onde a vacinação contra a covid-19 já está avançada – são mais de 200 milhões de americanos vacinados -, essa proteção vacinal não estimulou a retomada do ensino presencial nas universidades.
Um levantamento da Unesco revela que a média mundial de escolas fechadas devido à pandemia é de 22 semanas. Nos EUA, a média foi de 38 semanas. Na Europa, de 10 e, no Brasil, o número foi registrado em 40 semanas de escolas fechadas.
“Não é possível imaginar que somente a vacinação vá encorajar todos imediatamente a retomar suas rotinas. Nos EUA e em outros países que já estão com cobertura vacinal mais avançada, percebemos que a retomada do ensino presencial ainda é tímida. No Brasil, não será diferente. É preciso que os países busquem alternativas”, Freitas defende.
(Da Assessoria)