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Cortella diz que não estranharia se o Brasil voltasse ao Regime Militar

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Cortella diz que não estranharia se o Brasil voltasse ao Regime Militar
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Conhecido por abordar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea, Mario Sérgio Cortella, filósofo, professor, pensador e escritor, considera o sistema democrático brasileiro imaturo e diz não estranhar a possibilidade de os brasileiros desistirem dele com tanta facilidade. A declaração de Cortella foi dada, nesta sexta-feira (04), durante o 3º Simpósio do Hospital Santa Rosa em Gestão Hospitalar, realizado em Cuiabá, no qual ministrou palestra com o tema “Relacionamento com geração de valor para o paciente”.

“Neste ano, a Democracia brasileira completa 30 anos. Não somos jovens, estamos na fase adulta, mas somos imaturos, temos pouco afeto. O Brasil tem 518 anos de história e a Democracia não chega a 10% dela, não estamos habituados aos esforços que a Democracia exige e, por isso, não é tão estranho que dela se desista com tanta facilidade. A Democracia dá trabalho, não é tão somente ir ao dia da votação”, pontuou numa referência a possibilidade tão alarmada nos dias atuais do retorno do Regime Militar no país, especialmente com uma eventual eleição do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) a presidente da República.

Ainda conforme o filósofo, a Democracia permite que sejam eleitas pessoas avessas a ela e os brasileiros não podem, em nome dessa possibilidade, impedir a participação de determinado candidato em um pleito eleitoral. “Todos os candidatos têm o direito de participar. Se a maioria da Nação acha que a candidatura correta é essa, eu, que naquele candidato não voto, tenho que disputar dentro da Democracia para substituí-lo em um outro momento democrático. A Democracia não favorece somente o que eu desejo, ela também faz com que venha à tona o que eu não gostaria que acontecesse”.

Cortella, por sua vez, ressaltou que não votaria em Bolsonaro por não concordar com suas ideias, assim como tem certeza que o parlamentar não votaria nele caso fosse candidato. “Estamos iguais nesse ponto. Estranho seria se ele em mim votasse, por conta das ideias que carrego, mas é só uma diferença, ele é só meu adversário nas ideias, não é meu inimigo”.

Por fim, o filósofo resumiu aquela que considera a grande diferença entre a Democracia e Ditadura. “Na Democracia podemos falar sobre a Ditadura. Na Ditadura não poderíamos estar falando sobre Democracia”.

 

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