O contágio pelo novo coronavírus expandiu para os modos comunitário e local em Cuiabá no prazo de dez dias. O registro dos casos continua difuso, mas agora não é mais possível identificar o vetor e o paciente.
A avaliação está na atualização mais recente do mapeamento que o Departamento Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está fazendo da evolução do contágio na Capital em parceria com a Coordenação de Vigilância Epidemiológica.
Segundo o professor Emerson Soares dos Santos, responsável pelo setor de geoprocessamento e de geografia da saúde da UFMT, o registro do contágio na Capital está semelhante ao traçado em outras regiões do Brasil – um início com a importação do vírus e a progressão para os modos comunitário e local.
“Os primeiros mapas que montamos mostram que os primeiros registros da doença estavam difusos, mas restritos aos bairros de classe econômica média e alta. Pessoas que chegavam de outros países ou de outros Estados trouxeram o contágio. Agora, não. Ele continua difuso, mas espalhou-se para as áreas de bairros dos pobres”, explica.
Essa localização dos pacientes está registrada no mapa divulgado pelo departamento, na primeira semana de abril.
Agora, o levantamento mostra que há casos confirmados para covid-19 do residencial dos Florais ao Parque Atalaia, do Santa Rosa ao Jardim Imperial e de 1º de Março ao centro-sul.
“Vale alertar que são números baixos, mas eles estão difundidos pelo perímetro urbano de Cuiabá. Não existe mais aquela restrição a bairros de classex média e alta, como Quilombo, Florais ou Boa Esperança”.
Casos no mapa
O mapeamento mais atualizado pelo grupo de estudo tem dados do dia 11 deste mês. Até essa data, Cuiabá tinha 67 resultados positivos para a covid-19.
A maioria dos pacientes, 55 pessoas, mora em Cuiabá e outros 12 são pessoas sem residência fixa na Capital. A localização de dois pacientes não tinha sido registrada até o fechamento da última atualização.
Vinte e cinco bairros tinham registro da doença. O maior número deles (11) tinha apenas um caso, seis tinham dois casos, quatro tinham três casos e um, a região da Morada da Serra, tinha sete.
Apenas os bairros em áreas mais isoladas do centro urbano, como Pedra 90 e Osmar Cabral não aparecem no traçado do contágio.
O índice de mortalidade em Cuiabá é zero.
Incidência
Balanço divulgado hoje pela Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Cuiabá mostra que entre o dia 12 de março a 11 de abril houve crescimento de 67% contágio do novo coronavírus na Capital.
A taxa de incidência no período ficou em nove casos para cada grupo de 100 mil. Taxa acima da registrada para média do Estado, de 3,5/100 mil.
Contudo, na comparação com outras capitais, Cuiabá está distante das cidades com mais casos. Boa Vista (RR) teve no mesmo período a incidência de 26 casos para cada 100 habitantes. Essa proporção a colocava na 11ª posição dentre as capitais brasileiras.
O vizinho Distrito Federal, que está na parte de cima da tabela de incidência, registrou nesse domingo a média 204,5 casos positivos para 100 mil.