É um fato, mas um daqueles que passa despercebido. Nós sempre vamos tocar o próprio rosto em algum momento do dia. A questão é que, com a pandemia de coronavírus, esse hábito pode ser bastante prejudicial. Ele favorece o contágio da doença.
Um estudo de 2015, que a BBC News resgatou, mostrou que até estudantes de Medicina, na Austrália, – mesmo conscientes dos efeitos nocivos do hábito – não conseguiam se conter.
E esse gesto é tão perigoso porque, no rosto, é que estão as principais portas de entrada “úmidas” do corpo: olhos, boca e nariz, que são os locais favoritos de vírus e bactérias.
Mas afinal, por que não conseguimos evitar?
“Os atos de se tocar são comportamentos autorregulatórios que, geralmente, são realizados com pouca ou nenhuma consciência”, explicou à BBC o psicólogo Martin Grunwald.
“Eles [esses gestos] têm papel fundamental em todo o processo cognitivo e emocional. E ocorrem em todas as pessoas”, acrescentou o professor, que é o autor do livro Homo Hapticus: Por que não podemos viver sem a sensação do toque (em tradução livre).
Na maioria das vezes, esses toques são de carícia, segundo o psicólogo. Sim! Fazemos carinho em nós mesmos para aliviar o estresse e ficar menos apreensivos.
Em outras vezes, também faz parte de um jogo de flertes.
Então, se o impulso é tão forte, o que fazer?
Primeiro, lave as mãos sempre que acabar encostando em objetos que não estão esterilizados.
Outra dica é usar máscaras e óculos de proteção. Assim, vai ser mais difícil ter contato direto com o nariz, boca e olhos.
Em tempos de coronavírus, mesmo que o impulso seja involuntário, é preciso estar atento aos próprios movimentos. Por isso, sempre que perceber o hábito, tente se controlar.