Apesar de Coringa ter sido ovacionado e conquistado o maior prêmio no Festival de Veneza, diversos críticos apontaram que o filme apresenta um problema moral e ético ao adotar a ideologia incel no vilão maquiavélico.
O termo incel significa “celibatário involuntário”, e se refere a uma cultura virtual, misógina e potencialmente violenta de homens héteros que culpam as mulheres por não conseguirem encontrar uma parceira romântica ou sexual.
Refletindo a filosofia adotada por Coringa, os “incel” acreditam ser vítimas da sociedade e se sentem no direito de fazer justiça com as próprias mãos ajustando o mundo ao seu redor com base na violência.
Por conta da narrativa da obra, os críticos definiram que o filme aborda a polêmica com olhos agradáveis, já que faz do personagem monstruoso em um homem adoentado e ignorado por todos, ganhando a empatia do espectador.
“Coringa oferece o primeiro herói popular da cultura incel”, escreveu a crítica de cinema Stephanie Zacharek, da revista Time, mencionando também que o filme é “irresponsável”. Ela critica o que considera uma tentativa de “nos fazer ter pena” do personagem.
É provável que o filme abocanhe parte da polêmica, mas enquanto isso continua exibindo o retrato de um homem com graves problemas psiquiátricos. Por enquanto, nem Joaquin Phoenix e o diretor Todd Phillips comentaram dessas reclamações morais feitas pelos críticos.
Coringa estreia em 3 de outubro no Brasil.