Conservadores de Mato Grosso repudiaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de monitorar o canal do Telegram do Padre Paulo Ricardo. O clérigo e outras 99 pessoas terão suas redes acompanhadas de perto pelo alto Judiciário brasileiro.
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o monitoramento das redes sociais dos conservadores é necessário para que não haja a proliferação das supostas fake news durante a corrida eleitoral desse ano.
A medida inclui canais de pessoais fora do debatida partidário. É o caso do Padre Paulo Ricardo que, apesar de ser conservador, costuma se manter mais distante do debate político.
Conservadores repudiam atitude do STF
Após a decisão do ministro Alexandre Moraes, o LIVRE ouviu as opiniões do deputado Gilberdo Cattani (PL), do vereador por Cuiabá Paccola (Cidadania) e do advogado Fernando Henrique Leitão.
Ambos se manifestaram veemente contra a decisão do STF de investigar o canal do clérigo.
STF agindo de forma ideológica
Para o vereador Paccola, o STF age de maneira ideológica ao permitir que redes sociais de conservadores sejam monitoradas pelo Telegram e reportadas ao Judiciário brasileiro.
“O STF está agindo, mais uma vez, com ativismo ideológico para travar e bloquear, porque se você fizer qualquer coisa relacionada a gênero, a incitação de qualquer coisa, que seja pro lado que a esquerda faz, de incitação contra as igrejas, contra os preceitos cristãos, nada disso é bloqueado. E do contrário, eles agem de maneira enérgica, inclusive contra o padre, contra qualquer outro que tentar se posicionar com uma pauta um pouco mais conservadora”, disse o vereador.
Fora do limite das leis
Para o advogado Fernando Henrique Leitão, presidente do Instituto Caminhos da Liberdade, o Supremo Tribunal Federal rasga normas jurídicas brasileiras para perseguir conservadores.
“Isto apenas evidencia uma coisa: não estamos mais sob o império da lei, mas sim sujeito aos caprichos de burocratas não eleitos que têm levado o país a níveis de controle e vigilância de um estado policialesco que beira o das piores distopias literárias”, disse o advogado.
O advogado afirma ainda que os ministros do Supremo Tribunal Federal usam a desculpa de combater fake news para perseguir conservadores.
“Com o subterfúgio de combater às “fakenews”, nomenclatura e conceito hediondos, tem-se estabelecido um verdadeiro Ministério da Verdade orwelliano no qual os únicos alvos são aqueles cujo pensamento não se alinha com o “progressismo” — eufemismo, diga-se — reinante entre as elites e o establishment, principalmente contra católicos e cristãos”, concluiu.
Decisão desproporcional
Já para o deputado Gilberto Cattani (PL), a decisão é desproporcional e antagônica aos limites da Constituição.
O parlamentar afirmou ainda de que o Supremo Tribunal Federal costuma ser mais leniente com casos que não envolvam a opinião política de conservadores, mesmo que esses casos sejam de corrupção.
“É um absurdo colocar o Padre em monitoramento pela sua opinião pessoal e por opiniões que ele expressa em suas redes, e deixar, por exemplo, um crápula como o Renan Carlheiros sem monitoramento nenhum, sabendo de todos os processos que ele tem junto a Justiça Federal e contra o povo brasileiro”, disse Cattani.