O primeiro foco de Ferrugem Asiática nas lavouras de Mato Grosso foi identificado no município de União do Sul, norte do estado, no último dia 3. A confirmação da doença na safra da soja 2016/2017 veio quatro dias depois, feita pelo laboratório pela doutora Solange Bonaldo, fitopatologista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
“A doença foi encontrada na variedade M 8372 IPRO, em R5, que é a fase de enchimento de grãos. Na área, foram feitas duas aplicações preventivas de fungicidas”, conta Roseli Giachini, 2ª vice-presidente Norte e coordenadora da comissão de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), que identificou o caso a campo inicialmente.
A ferrugem asiática foi descoberta em Mato Grosso na safra 2004/2005 e, nestes 11 anos, já causou prejuízo estimado de mais de US$ 30 bilhões no país. No Brasil, a doença foi identificada pela primeira vez em 2001, e, desde então, vem sendo monitorada e pesquisada por diversas entidades, entre elas, a Embrapa.
Conforme dados do Consórcio Antiferrugem, apesar da contribuição dos fungicidas no combate à doença, foi constatada uma redução da eficiência desses produtos a partir da safra 2007/08 em função da adaptação do fungo. Para o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas, a saída é ajustar os manejos preventivos. “Além da atenção redobrada, é preciso usar fungicidas com diferentes modos de ação para eliminar a doença e evitar grandes perdas nas lavouras”, orienta.
Até o momento outros seis focos da doença já foram registrados no país, sendo um em Mato Grosso do Sul, dois em São Paulo e três no Paraná.