A quantidade de trabalho aumentou? Problema para dormir? Ansiedade? Precariedade no atendimento de saúde? A pandemia de covid-19 e o isolamento social – adotado como medida coletiva de prevenção ao coronavírus – modificaram profundamente a rotina dos brasileiros. Relações familiares, de trabalho e, também, o cuidado à saúde foram afetados.
Para compreender os efeitos dessa nova dinâmica sobre a vida e a saúde da população, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou uma pesquisa que pretende descobrir como as pessoas vêm lidando com a pandemia e o isolamento social.
O estudo “Uso de Práticas Integrativas e Complementares no contexto da Covid-19 (PICCovid)” é o maior já realizado no Brasil sobre a temática.
Por meio de um formulário on-line, são avaliadas questões sobre trabalho, renda, tarefas domésticas e cuidado à saúde, com ênfase no uso de Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Com 40 perguntas, a pesquisa pode ser respondida por qualquer pessoa com mais de 18 anos e leva, em média, menos de 10 minutos para ser concluída.
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A iniciativa é desenvolvida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS).
“As PICs apresentam ótimos resultados na saúde mental, para sintomas como ansiedade, insônia e estresse intenso, bastante comuns durante o isolamento. Queremos entender como essas terapias vêm sendo utilizadas diante de sintomas da covid-19, de doenças crônicas e como forma de autocuidado neste momento de distanciamento social”, diz Cristiano Boccolini, pesquisador.
A ideia é que o estudo também possa fortalecer políticas públicas de saúde.
Outras práticas
O Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece 29 Práticas Integrativas e Complementares (PICs), recursos preventivos e terapêuticos que auxiliam na promoção da saúde e integram a medicina complementar.
Dados do Ministério da Saúde revelam que o uso dessas práticas vem aumentando no país: em atividades coletivas, como yoga e tai chi chuan, o crescimento foi de 46% entre 2017 e 2018. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o número de atendimentos já ultrapassa os 2 milhões.
São exemplos de PICS, os métodos de tratamento (fitoterapia e plantas medicinais, cromoterapia, aromaterapia, geoterapia, bioenergética, apiterapia, hipnoterapia, terapia floral, ozonoterapia.