Já imaginou o quanto você teria de dinheiro hoje se tivesse guardado, desde o seu primeiro salário, 30% de cada pagamento recebido?
Tirar essa fatia do orçamento familiar agora, assim, do nada, pode ser bem complicado para a maioria das pessoas. Mas a consultora financeira Camila Rossi afirma que a dor pode ser bem menor para o seu filho, se você inserir esse hábito na vida dele desde pequenininho.
A dica é só a primeira de cinco que prometem fazer de seus herdeiros pessoas ricas e sem grandes esforços.
1. A regra dos 30%
Camila Rossi afirma que guardar dinheiro é igual escovar os dentes, “quando você cria o hábito, o cérebro puxa automaticamente”. E assim como as práticas de higiene pessoal, deve ser ensinado desde criancinha.
A regra vale para qualquer quantia: 30% precisam ser poupados. O restante a criança pode gastar como preferir.
E para quem está achando que é pouco, Camila Rossi dá um exemplo bem prático para quem está no auge de seus 30 e poucos anos: se seus pais tivessem guardado R$ 100 por mês desde o dia em que você nasceu, hoje você já teria cerca de R$ 200 mil investidos.
“As pessoas falam: nossa, mas é muito tempo. Só que o tempo vai passar de qualquer jeito. Você escolhe se quer chegar lá com ou sem dinheiro”.
2. Não adianta só guardar
O segundo passo para inserir bons hábitos financeiros na vida dos filhos, segundo Camila Rossi, é ensinar a criança que não basta guardar o dinheiro. É preciso investir.
E ela alerta: não é faz de conta, só para a criança aprender. Os pais precisam mesmo abrir fundos de investimentos para aplicar os 30% de tudo que o filho ou filha ganhar.
“Eu sempre indico previdências privadas e sempre de corretoras, não de bancos. Os bancos não geram juros bons”, ela afirma.
E assim como a regra dos 30%, essa também vale para qualquer quantia. A dica de Camila é ir juntando o dinheiro e, no fim do mês, fazer a aplicação.
“Faça na frente do seu filho! Mostre que está investindo o dinheiro dele”.
3. #Prioridades
A terceira dica de Camila Rossi é ensinar a criança a como gastar os 70% que sobraram. Segundo ela, os pais precisam mostrar aos filhos que, quase sempre, vai ser necessário escolher entre uma coisa e outra, ou seja, estabelecer o que é prioridade.
“Geralmente a criança vai querer brinquedo e ela vai querer todos. Então, qual será o mais importante para ela agora?”
Nos casos em que o preço do item desejado ultrapassar o valor disponível, os pais têm mais uma oportunidade para outro importante aprendizado, diz a consultora: o planejamento!
“Se o que criança quer for uma bicicleta, vamos ensiná-la a juntar dinheiro para comprar a bicicleta. É a chance de mostrar para a criança que, quando ela se planeja, ela consegue tudo que ela quer”.
Uma lição importantíssima para livrar seu filho do vício no imediatismo, “porque a conta que ele cobra é alta e, geralmente, a gente paga quando é adulto, passando a vida inteira endividados”.
4. Dinheiro é maravilhoso!
A quarta dica de Camila Rossi para criar filhos prósperos é evitar comentários negativos sobre dinheiro na frente da criança.
Segundo a consultora, frases como “dinheiro é sujo”, “dinheiro não nasce em árvore” ou “só tem dinheiro quem é corrupto” faz crescer nos pequenos a impressão de que ter dinheiro é algo ruim.
“Dinheiro é maravilhoso e as crianças precisam aprender que elas precisam guardar. E quanto mais dinheiro a gente tem, mais pessoas a gente pode ajudar”.
Segundo a consultora, também não é preciso criar na criança a impressão de que ganhar dinheiro é algo sacrificante ou que, só porque ganhou dinheiro, as pessoas mudam seus comportamentos.
Não é o dinheiro que faz a índole da pessoa. Muitas vezes ouvimos: ‘agora que ficou rico, fulano ficou egoísta, nojento, arrogante’. Não foi o dinheiro que fez isso. A pessoa sempre foi assim, talvez na condição de antes, sem o dinheiro, ela só dava uma seguradinha”.
5. Tudo tem limites
Para Camila, o mais importante de tudo é os pais saberem dosar a medida do gostar de dinheiro e, principalmente, de gastá-lo, assim como identificar se seu filho está passando ou não desse limite.
“Se você perder, por exemplo, que seu filho está tendo hábitos ruins de consumismo, leve a um profissional. Se você cuida disso lá no início da formação dele, é muito mais fácil quando ele fica adulto”.
E identificar esses sinais só é possível com muita conversa, segundo a consultora, por isso, não se furte a falar sobre dinheiro com as crianças, explicar a importância e esclarecer dúvidas, ela finaliza.