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Como surgiu a cesta básica no Brasil e os valores atuais

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Como surgiu a cesta básica no Brasil e os valores atuais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Conhecida como uma das bases da alimentação brasileira, a cesta básica teve seu valor aumentado de maneira considerável, conforme dados do site NoDetalhe, o que pode trazer grandes problemas para a população brasileira.

Mas, você sabe quando foi que essa junção de alimentos surgiu? Veja aqui qual é sua origem, quais são suas demais especificações e como o aumento impacta na vida dos brasileiros.

Fique por dentro.

Como surgiu a cesta básica no Brasil?

A cesta básica teve sua criação por meio de um decreto do Governo de Getúlio Vargas, mais precisamente no ano de 1938.

O pensamento motivador disso era de dar um valor para a alimentação básica, sendo assim, um dos principais componentes para que fosse mais fácil definir o valor do salário mínimo.

A ideia principal do salário base era que se tivesse uma noção de quanto era a quantia necessária para arcar com os custos de uma alimentação simples, tanto para a sobrevivência quanto quando comparado a demais custos, como moradia, saúde e demais possibilidades.

Dessa forma, diante dessa relação de alimentos que atendem essa necessidade básica, essa listagem se tornou um parâmetro para o valor do salário mínimo, conforme estabelecido na época, sofrendo demais reajustes com o passar dos anos.

Esse cálculo funciona?

Quem realiza esse cálculo é o DIEESE, calculando os custos da vida dos brasileiros e assim, apresentando qual é o valor justo do salário mínimo todos os anos.

Quando se pensa na palavra “justo”, isso quer dizer em todo o dinheiro que seria necessário para cobrir demais despesas relacionadas a direitos do trabalho e de sua família, como é o caso de:

  • Alimentação, 
  • Moradia, Saúde, Educação, 
  • Vestuário, 
  • Higiene, 
  • Transporte, 
  • Lazer,
  • Previdência.

Ao se levar em conta essas demais variações, o valor que seria considerado justo para um salário mínimo dentro do Brasil em 2020 seria de mais de R$5 mil, conforme estudo apresentado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

No momento, esse valor é de R$1,1 mil, o que demonstra a grande defasagem desse modelo, além da dificuldade dos brasileiros de conseguirem ter uma vida digna diante dos valores cobrados e estabelecidos.

Quantas cestas básicas podem ser compradas com um salário mínimo?

Para compreender melhor a real situação em que o trabalhador brasileiro está, é interessante analisar quantas cestas básicas poderiam caber dentro desse salário mensal.

É interessante levar isso em conta, visto que uma cesta básica foi desenvolvida para atender uma família que tenha até 4 componentes pelo tempo médio de 10 dias.

Conforme dados do portal NoDetalhe, a cesta básica no Brasil, conforme média calculada em relação a todos os estados, fica em torno de R$550, o que compromete cerca de metade do salário mínimo do trabalhador brasileiro, sem contar que essa quantidade de comida dura apenas ⅓ do que é previsto para o mês.

Veja abaixo a tabela dos valores dentro de cada estado:

Dessa forma, esses dados mostram o tamanho da desigualdade, além do desafio que é para o brasileiro ter uma qualidade de vida, principalmente para aqueles que estão dentro das classes mais vulneráveis financeiramente.

Posição do Brasil dentro do ranking do IDH

Exatamente no mesmo dia em que o Brasil acabou perdendo cinco posições dentro do ranking de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano -, o Governo de Jair Bolsonaro enviou uma proposta para o Congresso Nacional, onde se tem a previsão do aumento de R$1.1 mil para R$1088 do salário mínimo, apenas com o simples ajuste referente à inflação.

Conforme informações divulgadas por Fausto Augusto Junior, que é o diretor técnico do DIEESE, o Brasil deixou de lado a política de distribuição de renda a também a valorização do piso nacional, o que acabou aumentando mais ainda essa desigualdade.

Já no ranking do IDH, o Brasil acabou caindo cerca de cinco posições, ficando em 84 dentro dos 189 países

Os três países que dominam o ranking do IDH são todos europeus: em primeiro lugar temos a Noruega, seguido da Irlanda e Suíça empatadas. 

Quando se é comparado com demais países da América do Sul, a média do Brasil fica bem atrás do Chile, da Argentina, do Uruguai, do Peru e por fim, da Colômbia.

 

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