Vestidos de branco, seguidores de orixás, espíritas, católicos, membros de outras religiões e turistas se unem para a caminhada no entorno da Igreja de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Mulheres com suas “quartinhas” – vasos que trazem com flores e água com essência de alfazema –, puxam o tradicional cortejo.
Cantos e hinos religiosos e toques de tambores dão ritmo à caminhada. Ao final, em frente à igreja, membros de todas as religiões unidos fazem mais um ato simbólico de paz. A Lavagem das Escadarias já tem data marcada em Cuiabá.
O ritual será realizado no dia 23 de junho. Organizado pelas comunidades de religiões afro-brasileiras, o evento promete receber um público recorde. No ano de 2017 mais de 600 pessoas estiveram presentes e para este ano a meta é reunir mais de 1.500, pois grupos de diversos municípios estão sendo convidados.
Para 2018, uma comissão organizadora foi criada e o trabalho administrativo do evento ocorre no Centro Cultural Casa Cuiabana. Com o tema central “Axé – Salve as águas”, o ritual pedirá proteção às águas.
“A água é um elemento natural importantíssimo. Não só para o culto dos Orixás, mas para tudo em nosso planeta. Devemos utilizá-la com sabedoria, pois ela é a essência da vida. E a palavra Axé é uma saudação que deseja força e triunfo. Também pediremos paz e tolerância entre as religiões”, explica a presidente da comissão, Onilce Santana de Arruda.
Lindsey Catarina de Sá, uma das componentes, lembra que a Lavagem das Escadarias é um evento popular e aberto às comunidades de todas as religiões. “É uma ação que promove o regaste cultural, importante para a história de todos nós e prega o convívio harmonioso entre religiões. Venha participar e colaborar para que nossa mensagem tenha maior alcance”, convida.
A organização do aro se reúne todas às sextas-feiras, às 19h, no Centro Cultural Casa Cuiabana, e busca incentivos e parcerias dos setores público e privado. “Precisamos de doações de flores, recursos para subsidiar o aluguel de carro de som e outros detalhes. Independentemente de religião, todos podem contribuir e participar”, pontua Onilce.
Participam da organização o grupo cultural Kunta Kinté, a Associação Umbandista de Mato Grosso (Assumat) e a Associação de Cultura de Cadomblé e Umbanda de Várzea Grande (Acacuv).
(Com Assessoria)
