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Começa a Copa. E as definições políticas?

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Começa a Copa. E as definições políticas?
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

A situação, nessa altura da disputa eleitoral de  outubro, piora a cada dia, em vez de melhorar. Os sinais de desentendimento generalizado entre os partidos não é exclusividade nossa. Parece até um pesadelo que Lula, preso, continue alimentando uma candidatura que é impossibilitada pela lei. O PT afirma que vai insistir no registro. Pior, em cenários em que as pesquisas colocam seu nome, ele lidera todas com folga, sem ninguém ameaçar uma hipotética vitória que lhe seria dada. E o brasileiro que diz não acreditar nas instituições, que não acredita nos políticos, que não acredita no Judiciário, que está cansado da corrupção endêmica, mantém a esperança de sufragá-lo novamente.

Cá, pelas bandas do nosso quintal, o desentendimento generalizado dos partidos é coisa inimaginável. Presidente do DEM, deputado Fábio Garcia, em entrevista à Radio Capital FM, nesta segunda pela manhã, afirmou, com todas as letras, após informar que a pesquisa encomendada pela nacional do Partido já lhe foi entregue e que a decisão de candidatura própria ao Governo, poderá sair ainda nesta semana, restringindo-se a dois nomes: Mauro Mendes ou Jayme Campos.

O que se ouviu é que o DEM encontra-se totalmente sem um rumo. Joga sinais para uma aliança com o PSDB do governador Pedro Taques, afaga Wellington Fagundes e descarta Otaviano Pivetta. Não há unidade no partido. Chegou ao ponto de afirmar que Mauro poderá, sim, ser o escolhido, mas caso resolva marchar com Pivetta, na hipótese quase confirmada de não ser candidato, será uma decisão pessoal e o partido não deverá acompanhá-lo. Ou seja: ninguém entende ninguém.

Fábio isentou Pedro Taques do caos na saúde de Cuiabá – ora veja! – atribuindo toda a culpa ao prefeito Emanuel Pinheiro que além de mau gestor, tem sido obrigado a devolver recursos para cá destinados por desleixo do governo municipal.

Parece, até, que Taques tem cumprido, religiosamente, os seus compromissos com a saúde da capital.

Estamos vivendo em tempos de barata-voa, uma verdadeira Torre de Babel, onde ninguém se entende. Taques usa a máquina para fazer reunião política em Cáceres, levando um verdadeiro séquito de funcionários públicos, para dar quórum ao seu anúncio de candidatura à reeleição, dizendo contar com seis partidos em uma aliança que não está nem próxima de existir, pela falta de unidade dos membros partidários.

A situação de Wellington Fagundes deteriora-se a cada dia por não se impor, de fato, como pré-candidato. Fávaro, que jurou há pouco tempo entregar-lhe o PSD, com vaga garantida ao senado, já sofre do desgaste de uma candidatura com dificuldades de decolar, além de dizer que qualquer fechamento somente será realizado nas convenções. O presidente do PP, deputado Ezequiel Fonseca, tem uma fala diferente para os diferentes públicos e a cada dia, pelo próprio desgaste pessoal, vai levando junto, na enxurrada, a credibilidade que já era pequena de todo o grupo também dividido.

Pivetta, que já se declarou pré-candidato, agora aguarda Mauro, mas, pelo jeito, não o DEM. Tem como novidade a apresentar a aliança com Rossato, cuja candidatura já nasceu minada dentro do próprio partido. Tem dinheiro e vontade, falta-lhe, porém uma aliança que lhe dê preciosos minutos de TV.

Em recente jantar, na semana passada, os ânimos ficaram exaltados: Wilson Santos foi cobrar de Jayme Campos pelas críticas injustas feitas a Taques. Afirmou, acreditem, que foi o governador que mais fez por Várzea Grande. Na presença do próprio, ouviram com todas as letras que foi o que mais prometeu e não cumpriu com nada, ou perto disso. Ou seja, a depender de Jayme, aliança com o PSDB está próxima de zero

Nesta semana que se inicia, prometem-se novas emoções: pesquisas para todos os gostos, apenas para confirmar o que todos já sabem: não surgiu nenhuma liderança capaz de aglutinar uma oposição inexistente. E uma situação, cujo chefe parece estar disputando uma eleição sem adversários, em outro planeta, por ter feito a maior transformação na história de Mato Grosso. Uma piada.

Com início da Copa, também nesta semana, O Brasil deve parar. Não será diferente aqui em Mato Grosso. Uma visão geral do quadro só depois que o Brasil for hexa, se Deus quiser.

O que estamos assistindo, num tempo de descrença e perplexidade, é o que está no íntimo de cada brasileiro: políticos só olham para o próprio umbigo. Nada mais. Como diz o ditado popular: em tempos de murici, cada um cuida de si.

*Ricarte de Freitas
advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

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