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Combustível caro prejudica economia e ameaça empregos

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Combustível caro prejudica economia e ameaça empregos
(Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Em meio a mais um anúncio da Petrobras de aumento nos preços dos combustíveis, os consumidores já se preparam para sentir o golpe no bolso. Desta vez, o óleo diesel sofreu reajuste de quase 9%, e subiu de R$ 4,51 para R$ 4,91 para as distribuidoras.

Em se tratando de reajuste no preço do diesel sabe-se que isso se torna uma bola de neve, pois atinge os setores como o de transporte de cargas, de pessoas, a agricultura, que provocam um efeito cascata em todas as cadeias até chegar ao consumidor final, que pagará mais caro por vários produtos.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do diesel nos postos de combustíveis subiu 22,3% nos quatro primeiros meses de 2022. Segundo a agência, na primeira semana do ano, o combustível custava em média R$ 5,42, e agora, com o reajuste deve chegar a R$ 6,63, o litro.

Ao menos desta vez, a gasolina não sofreu reajuste. Também pudera, já que o mesmo levantamento da ANP aponta que a gasolina ficou 10% mais cara de janeiro a maio de 2022.

No dia 2 de janeiro custava em média R$ 6,59 e agora está em R$ 7,29, o litro. No mesmo período, o etanol sofreu reajuste de 7,7% passando de R$ 5,05 no começo do ano para R$ 5,44 em maio, na média dos postos de combustíveis no país, e aqui em Mato Grosso, alguns postos também começaram a fazer o reajuste para cima neste produto.

No caso do etanol, a dinâmica do mercado deixa o preço ainda mais instável e suscetível a aumentos. Isso porque o valor praticado tem influência dos períodos de safra e entressafra, e do volume das exportações (o Brasil tem exportado grande quantidade de açúcar e etanol).

Esses fatores, apesar de serem bons para a balança comercial, prejudica a inflação, pois desabastece o mercado interno, e com menos produto disponível a procura é maior, o que impacta diretamente nos preços, uma regra básica de mercado (lei da oferta e da procura).

Vale ressaltar que a alta nos preços dos combustíveis atinge praticamente todos os setores da economia, e não é bom para ninguém. Os postos de combustíveis precisam repassar o aumento das refinarias e distribuidoras para a bomba, fator que afeta diretamente o bolso do consumidor.

Mercados, farmácias, feiras, roupas, calçados, vários segmentos são afetados pela alta nos combustíveis. Com produtos mais caros o consumo diminui, a economia esfria, o dinheiro não circula e com isso os postos de trabalho começam a ser ameaçados pelo desempenho ruim dos setores.

Com combustíveis mais caros, os consumidores começam a buscar meios de economizar. Aquela saída no fim de semana para fazer refeições fora de casa começa a ser evitada, uma visita a um ponto turístico pode ser adiada ou cancelada, tudo para diminuir os gastos com os combustíveis.

Essas medidas geram uma reação em cadeia, todos os setores acabam afetados, o comércio vende menos, os restaurantes recebem menos clientes e os postos de combustíveis vendem menos. Todo mundo vê a sua fatia do bolo diminuir a cada novo aumento e a pergunta que fica é: até onde a corda aguenta ser esticada? Vai arrebentar do lado de quem?

Claudyson Martins Alves é empresário do segmento de combustíveis e diretor do Sindipetróleo

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