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Comando Vermelho cola adesivos e oferece proteção a comerciantes

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Comando Vermelho cola adesivos e oferece proteção a comerciantes
Existe a desconfiança de que o CV em Mato Grosso já se organize em forma de milícia

Adesivos colados por supostos membros do Comando Vermelho foram retirados na última semana por policiais em comércios de bairros periféricos de Cuiabá. A reportagem teve acesso ao material encontrado pela Polícia Militar. Fontes do sistema judiciário e prisional também confirmaram a autenticidade das imagens e da ação dos criminosos.

Segundo um policial militar, que não quis se identificar, dois adesivos foram retirados de um mercado e de uma distribuidora do bairro Pedra 90. As imagens dão a entender que a facção já esteja agindo como milícia em alguns bairros da capital mato-grossense.

Os donos dos estabelecimentos comerciais onde os adesivos foram retirados recusaram a falar sobre a autenticidade da proteção oferecida pelos faccionados. “Eles têm medo e preferem não falar, é compreensível, mas é preciso que a população denuncie”, comentou o militar que conversou com o LIVRE.

Existe a desconfiança de que o CV em Mato Grosso já se organize em forma de milícia

Para os moradores dos bairros mais distantes de Cuiabá e Várzea Grande a presença do Comando Vermelho, conhecido pela sigla CV, não é novidade. Em agosto do ano passado já circulava em grupos de bate-papo das comunidades mensagens em que a facção anunciava a cobrança de valores para oferecer proteção a comerciantes e moradores.

No texto da mensagem, o grupo criminoso afirma que os valores serão cobrados de acordo com o estabelecimento e todos receberão um adesivo. “Todos os criminosos no estado de MT saberão quê (sic) seu comércio estará protegido por nós”, diz trecho do recado assinado pelo chamado Conselho Final do Estado. O conselho possui cerca de oito membros e atua de dentro das penitenciárias de Mato Grosso.

Estas informações também não são novidades para a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que deflagrou em 2013 a Operação Grená, período em que a facção começava a atuar no estado. Por telefone, o atual chefe do GCCO, o delegado Diogo Santana, disse a reportagem que o caso dos adesivos – assim como outras denúncias sobre facções – está sendo investigado, mas que não pode comentar.

O secretário de Segurança Pública, Gustavo Garcia, tem rebatido as informações de que o Comando possui forte influência e poder de atuação no estado. Segundo ele, há uma disseminação de informações sobre a facção que não condiz com a verdade.

“Eu digo o seguinte: nenhuma organização criminosa detém poder territorial no estado de Mato Grosso. O poder da força aqui em Mato Grosso ele é próprio das forças policiais, basta ver as prisões que são feitas. E estas ações não começaram agora, nós não trabalhamos com emoções, nós trabalhamos de forma técnica”, asseverou ele.

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