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Competidor mato-grossense se prepara para mundial de Crossfit

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Competidor mato-grossense se prepara para mundial de Crossfit
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Esporte recente na capital, além de cooptar atletas de outras modalidades e admiradores dia a dia, o Crossfit também soma um número já considerável de atletas com títulos importantes. Dentre as promessas, está Pedro Zambrim, 15 anos.

Apesar da pouca idade, o adolescente já soma a conquista do primeiro lugar na categoria Teen do Super Monstar 2018, considerado maior festival fitness da América Latina e acabou de chegar do Wodapalooza, em Miami, competição considerada a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas do Crossfit Games. O próximo objetivo de Pedro é o Crossfit Games, maior competição da modalidade. As etapas classificatórias de 2019 começam 21 de fevereiro com o Open.

“Eu comecei no Crossfit, uma semana antes de fazer 13 anos, por conta de um primo meu, que estava visitando a cidade e por não ter muito o que fazer aqui, veio atrás do box. Eu comecei meio que vindo na obrigação de acompanhar ele”, explica.

Pedro conta que ficava até bravo na primeira semana com a insistência do primo em ir treinar todo dia, e só continuou indo porque já havia pago a mensalidade.

“No começo eu fiquei ‘p’ da vida com essa história de Crossfit. Não conhecia o esporte antes, pra mim Crossfit era só virar pneu”, admite, rindo.

Duas semanas depois, ele chamou um amigo para treinar junto, o “Sorriso”, e com o tempo foi criando gosto pelo esporte, pela competição interna nos treinos do box, e acabou ficando. Os pais dele, no começo, acompanhavam o treino e supervisionavam de perto as atividades do filho. Eles gostaram da didática e da forma com que os coachs trabalhavam com o Pedro, quer era menor e mais fraco.

“Meus pais viram que isso realmente ia me ajudar. Ajudou bastante em questão de crescimento, postura, força e principalmente, na parte da saúde”

No começo, competição não era o foco de Pedro. Ele tinha saído do futsal, por uma lesão, e ficou seis meses sem fazer nenhum esporte. Quando começou em fevereiro a temporada 2018 de Crossfit, com o Open Games, o dono do box em que o adolescente treina, o inscreveu sem que ele soubesse. 5 WODs (Work Out of the Day) depois, ele terminou em 4° lugar na classificação geral do país, e em 148° mundial. O resultado foi uma surpresa.

“Isso me deixou muito entusiasmado porque eu ainda não treinava pra valer mesmo, então esse resultado me deixou muito contente.”

A partir daí, foi uma sucessão de títulos. Ele participou do Regional MT,  conquistou o lugar mais alto do pódio na sua categoria, e em seguida, de última hora, se classificou para o Monstar. Nessa competição, após passar pela fase de qualificação, apenas 10 atletas da categoria Teen se classificam para a etapa final.

“Peguei a última semana pra fazer os 4 wods e acabei me classificando em primeiro, sem querer. Não era esse o foco. Mas, foi muito bom no quesito experiencia e poder conhecer o esporte aqui no Brasil, porque lá tinham muitas pessoas importantes do cenário”, admite.

No âmbito competitivo, o pai de Pedro foi quem mais o apoiou. Sempre acompanha o filho em todas as competições e incentiva o tempo todo. A mãe, dá apoio nos bastidores: sempre prepara os lanches do filho e tudo o mais que ele precisa em casa.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Nos Estados Unidos

Após a etapa de qualificação do Wodapalooza, Pedro se classificou para a competição em Miami em décimo terceiro lugar, dos 100 inscritos. Infelizmente, o atleta teve uma lesão três semanas antes da disputa, o que acabou prejudicando seu desempenho. Apesar desse problema, ele acredita que sua participação foi positiva, e que não perdeu nada, afinal, mesmo com esse obstáculo finalizou os quatro dias de prova com uma colocação acima da sua classificação.

“Ganhei muita confiança e experiência vendo todos os meninos que são a elite na minha categoria, vendo que eu consigo disputar de igual pra igual com eles, então isso me dá uma confiança muito grande para fazer agora, de novo, o Open e o Qualifier, em uma tentativa de classificar para o Games.”

As etapas classificatórias de 2019 começam 21 de fevereiro com o Open. Serão 5 wods em 5 semanas. Os 200 primeiros, avançam para o Online Qualifier, onde só os 20 melhores avançam para o Games.

“Eu só preciso ficar entre os 200 melhores. Estrategicamente, o Open vai ser feito bem tranquilo. O foco mesmo é o Online Qualifier. Todo o meu planejamento de 2018 se baseia nisso, então, se eu classificar para o Games, vou fazer um planejamento pro segundo semestre. Se eu não classificar, vai ser outro planejamento pra esse período.”

“Eles dizem que dá prejuízo”

No fim do ano passado, a NC Extreme, empresa goiana de equipamentos e artigos para Crossfit, fechou um patrocínio com o atleta. Eles ajudam Pedro com equipamentos e contribuíram com o valor da viagem dele ao Wodapalooza. No entanto, para atletas de Mato Grosso, é mais difícil de conseguir patrocínios, quando comparado aos atletas dos grandes centros.

“Atletas de Cuiabá e região tem que pedir apoio fora, as empresas aqui não tem muita estrutura para ajudar. Mas muitas vezes, as empresas de fora dizem ‘mandar material para aí vai ser mais caro, vai dar prejuízo pra mim’, então, não rola”.

Falando de Crossfit

Crossfit agrega fundamentalmente algumas habilidades, como calistenia, levantamento de peso olímpico, ginástica olímpica e resistência cardiovascular.  Dentre elas, Pedro considera que enquanto atleta, ginástica é seu ponto forte.

“Tenho facilidade em ginástica porque eu tenho pouco peso, vim me aprimorando na técnica em geral desses movimentos. Meu pronto fraco é força bruta mesmo, por conta do meu peso que é meio baixo, então eu tenho dificuldade em relação aos meninos de alto nível. Em relação à media eu estou até bem”, avalia.

Sobre os benchmarks, outros wods conhecidos, e movimentos de rotina, Pedro tem, como ele diz, “preconceito” com alguns exercícios. Não é muito fã de thruster e muita repetição touch and go de clean and jerk com carga alta. Já o snatch e o ring muscle up são seus movimentos preferidos. Mas no fim das contas, ele faz o que for preciso para alcançar seus objetivos.

“Crossfit é uma coisa assim: o que tiver que fazer, eu faço, não tenho muito dessa de ficar escolhendo não”.

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