Dois artistas venceram edital da Prefeitura de Cuiabá e ao invés de investirem apenas em projeto próprio de ação coletiva, resolveram “multiplicar o pão”. Foi então que Caio Ribeiro e Luiz Marchetti realizaram um edital paralelo para incluir mais pessoas.
Abriram inscrições para propostas de ocupação de espaços da cidade por coletivos de arte e selecionaram as dez melhores. Ou seja, um projeto virou dez projetos. Bom para o segmento cultural, bom para a Prefeitura.
No dia 28 de fevereiro todos os coletivos contemplados iniciam a ocupação de espaços da capital para desenvolver seus processos artísticos.
O ciclo de apresentações de trabalhos de teatro, dança, performance e intervenção urbana – estejam finalizados ou em progresso – começa no dia 28 de março.
Da imersão criativa às apresentações, os artistas participarão também de oficinas de capacitação, palestra, laboratórios e ensaios abertos que em sequência culminarão em exibições ao público. Ao final, ainda terão em mãos, um catálogo impresso.
Selecionados
Foram selecionados os projetos “O que vejo de onde vejo”, do Diamond Crew; Mic_Hell, de Michell Charlles e Einstein Halking; Tríade, de Elka Victorino, Juliana Capilé e Tatiana Horevicht; Contida Nunca Mais, do Cena Livre de Teatro e Coió, de Caio Ribeiro, Douglas Peron e Luiz Marchetti.
Na lista estão também, Vida Provisória, do coletivo Coma A Fronteira; Invisível Menino Gordo, de Hend Santana; O Conto do Vigário, de Luisa Lamar, Brincado de Reciclar, do SpectroLab e Laboratório Prático do desanestesiamento dos sentidos, do Theatro Fúria.
As residências artísticas pulverizam várias regiões. Vai ter ação no Parque da Nascente, na Morada do Ouro; Museu da Imagem e Som de Cuiabá, Centro Histórico, Clube Feminino, Praça Alencastro, Praça do Pedra 90 e Parque das Águas.
O Arvinte será finalizado em 16 de abril.
Diálogos sobre arte
No cronograma da Arvinte há ações de conversas, como as chamadas Arvinte Diálogos, abertas à comunidade.
A primeira será no dia 15 de março, com Martihê Azevedo, doutora em Artes Cênicas e Mestre em Cinema pela ECA/USP e pesquisadora associada do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO/UFMT).
Já no dia 21 do mesmo mês eles se reúnem em um bate-papo sobre história do processo criativo no Brasil, com Johana Albuquerque. Ela é diretora, atriz, produtora e pesquisadora teatral e pós-doutora pela ECA/USP, em Pedagogia da Encenação.
Empatia
A divulgação dos projetos selecionados foi nesta semana, onde reunidos no Calm – Centro Audiovisual Luiz Marchetti, assinaram contrato e foram informados sobre o cronograma de atividades. Eles comemoraram a iniciativa e ressaltaram a generosidade de Marchetti e Caio, que resolveram ampliar o projeto.
“É deste jeito que gostamos de ser tratados. Nos colocamos no lugar de todos, de como um projeto poderia ser articulado a ponto de atender todas nossas demandas. E assim, pensamos em expandir nossas ações”, explica Luiz Marchetti.
Ao seu lado, Caio Ribeiro ressalta que os artistas estarão amparados em várias frentes.
“Desde a criação até a exibição dos trabalhos. Com som, iluminação, palco, tudo que for necessário. Sem contar que a residência é um espaço de troca. E acima de tudo, com a oportunidade que o Arvinte está criando, novos trabalhos artísticos estão sendo gerados e logo poderão tomar os palcos de todo o país”.
51 + 9
Presente à reunião, o coordenador de projetos da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de Cuiabá, Rafael Victor Gomes, também celebrou a iniciativa.
“Nos surpreendemos. O edital da Prefeitura de Cuiabá criado para apoiar projetos de circulação cresceu ainda mais com a proposta deles. Se o edital previa 51 projetos agora, ganhamos mais nove. Assim, podemos alcançar mais artistas”, avalia.
Ficha técnica do Arvinte
Direção e coordenação: Luiz Marchetti e Caio Ribeiro
Produção: Davidson Perez, Daniela Arantes e Douglas Peron
(Com assessoria)