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Herton Gustavo, mato-grossense de Orgulho e Paixão, bomba no teatro

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Herton Gustavo, mato-grossense de Orgulho e Paixão, bomba no teatro
Herton dá vida ao intrépido Tião

Há alguns meses o mato-grossense Herton Gustavo Gratto está em um fogo cruzado. Quando “volta no tempo” para dar vida ao motorista Tião, da trama ambientada em 1910, Orgulho e Paixão, ele é fiel escudeiro de Julieta (Gabriela Duarte). A pedido dela, ele se infiltra na casa de Lady Margareth (Natália do Vale).

Depois que a inglesa chegou ao Vale do Café, houve várias reviravoltas e o personagem de Herton também entrou na dança. Julieta não economiza esforços para que Elisabeta (Nathalia Dill) e Darcy (Thiago Lacerda) se livrem da inglesa que faz de tudo para separar os protagonistas. Sebastian, como tem sido chamado por Lady Margareth, mantém Julieta bem informada. “Sou os olhos da senhora aqui, não se preocupe”, disse em cena dia desses.

Herton Gustavo é mais um mato-grossense que emplaca no cenário nacional

Mas ainda que viva na corda bamba da ficção, na vida real a situação é bastante favorável para o mato-grossense que saiu de Alto Coité, distrito de Poxoréu rumo ao estrelato [mas é claro que não foi fácil]. Além de estrear na novela global da faixa das 18h, tem ganhado destaque no Rio de Janeiro, como autor de peças para o teatro e roteiro para a TV.

A peça “Moléstia” que fica em cartaz até este fim de semana no Reduto, em Botafogo, tem direção de Marcéu Pierrotti e os atores Ciro Salles, Camila Moreira e Felipe Dutra estrelam o drama escrito por ele.

Em Moléstia, um casal hospeda um amigo, mas a confiança entre eles é quebrada quando o filho deles é abusado

Já no próximo mês, Herton celebra a estreia do monólogo “Eu só queria que você não olhasse para o lado”, com atuação de Rose Abdalla e que tem Guta Stresser [a espevitada Bebel de A Grande Família] na direção. Ainda em setembro, outro espetáculo sobre duas mulheres, o tempo e a velhice, entra em cartaz sob direção de Amir Haddad.

“Meu trabalho com os textos dramatúrgicos tem repercutido bem. Sou obcecado por encontrar uma forma melhor de escrever, mas, vislumbrando o futuro, acho que é essencial que eu possa conciliar com o trabalho de ator. Gosto de estar no set”, conta.

“Também gosto de dialogar com a internet”, realçando o tom de cronista que imprime a seus posts e artigos. O artista tem mesmo inclinação para as palavras, ao dar vida aos textos ou escrevê-los. A verve de poeta também fala alto. Ele está escrevendo um livro que deve se chamar “Poemas para o meu pai ler quando dormir”, com poesias que o ajudam a revisitar sua própria história.

E é certo que dentro em breve adentrará também os limites do cinema.  “Já estou produzindo algo”, adianta. E uma coisa é certa: nomes inusitados, tramas densas e o existencialismo poético permeiam o conjunto da obra.

De MT para a Globo

Nascido em Poxoréu, acompanhou a família que se mudou para Colorado (RO), quando tinha 5 anos. Retornando ao Estado, se estabeleceram em Primavera do Leste onde a mãe e três irmãos permanecem na atualidade. Herton passou também por Campo Verde até chegar em Cuiabá, onde cursou Publicidade e Propaganda, na Unirondon. “A experiência na capital era uma espécie de laboratório de como me virar em uma cidade grande”, resgata.

“Foi bom lembrar sobre esse período, tenho escrito muito sobre minha infância, essas impressões têm ficado bastante aparentes quando paro para escrever o livro. Tem muita pureza, tranquilidade… Lembro da minha mãe cantando enquanto lavava roupa, catava feijão. Consigo sentir o gosto de cajá manga, jurubeba, tamarindo. A memória afetiva me leva longe”, diz saudosista.

Todas essas subjetividades fazem parte do universo de Herton. “Tem amor, questões existenciais, saudade, passagem do tempo, infância, afeto”.

Depois de concluir a faculdade de Propaganda, fiz Letras na UFMT e já ia começar a fazer administração. “Pensei: ‘se eu continuar neste ritmo nunca mais vou embora foi então que larguei tudo e vim para o Rio com R$1 mil no bolso e um bilhete na mão que Sandro Lucose me deu. Era uma vaga em um apartamento em Copacabana onde haviam 11 pessoas morando”. Depois de passar por outras casas, empregos e mazelas, enfim, hoje mora sozinho.  “Fui redator, animei festa infantil, livreiro e até me enveredar mesmo pelas artes cênicas, fui consultor de vendas de uma operadora de telefone”. Logo, começou a investir em capacitação, a começar pela centenária Escola Martins Pena e Cesgranrio.

E depois de alguns anos de luta, logo conseguiu os primeiros papeis, que garantiram pequenas participações, mas que foram essenciais para o começo de uma trajetória marcada pela superação. Foi o policial Leopoldo em Haja coração e curiosamente, fez dois jornalistas, um na sequência do outro. Primeiro em Rock Story e depois, em Sol Nascente. Foi justamente a produtora de elenco desta última, Frida Richter que o chamou para ser o Tião, funcionário de Julieta que está sempre à disposição.

“Tudo que eu vivo me enriquece. Tem sido um grande aprendizado trabalhar com Gabriela Duarte e Natália do Valle”, declara.

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