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Com mais de 7 milhões de seguidores, criador de “Gina Indelicada” abriu seu coração para o LIVRE

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Com mais de 7 milhões de seguidores, criador de “Gina Indelicada” abriu seu coração para o LIVRE

Mayla Miranda

Gina Indelicada

Henrique: me sinto muito feliz ajudar e influenciar tantas mulheres em temas delicados

Henrique Lopes, “O Palitão” conquistou as redes sociais com bom humor e criatividade. Além de marcar presença na internet, o criador do personagem Gina Indelicada também é DJ e vai abrir o carnaval de Sinop.

A página oficial do personagem, uma das mais influentes no Brasil, possui mais de 7 milhões de seguidores. Já o grupo fechado só para mulheres tem quase 1 milhão de mulheres, conhecidas como “Palitas”, que partilham suas histórias, alegrias, medos, sonhos e conquistas.

Inspirada na caixa de palitos Gina, Henrique conta que um dia estava cozinhando em casa e, ao ver o palito, teve a ideia de transformar aquela mulher tão tradicional em uma personagem mais ácida, contrapondo a imagem, surgindo assim a Gina Indelicada.

No mesmo dia, a personagem se tornou sucesso com mais de mil seguidores. Daí em diante a página e o grupo só cresceu e hoje Hernique é considerado um dos maiores influencers do Brasil, sendo entrevistado inclusive pela FORBES e outros veículos internacionais.

Mas como angariar tantos seguidores e se manter nas plataformas digitais com tanto sucesso em um universo onde nascem novidades todos os dias? Henrique abriu o coração para O LIVRE.

OLIVRE: Existem diversas regras para a participação do grupo. Como elas foram formatadas e qual o objetivo? Como uma palita “toma ban” (é banida)?

HL: As regras surgiram para conseguirmos manter o grupo no ar e conteúdos interessantes. Imagine um milhão de mulheres dando bom dia, ou postando fotos, não teria como o grupo servir ao seu papel de entretenimento e até mesmo o social, de ajuda, de entendimento das mulheres. Para ela ser banida, na verdade, tem que quebrar as regras. Hoje tem um jeito no Facebook em que conseguimos silenciar a pessoa por um dia, e isso é ótimo, porque quando ela quebra uma regra mais leve, silenciamos. Aí já sabe que fez besteira e presta mais atenção. Outra coisa é pornografia. Primeiro que o Facebook excluiria a página e, segundo, que não acredito que este é um conteúdo que agradaria todo mundo. Tem espaços na internet específicos para isso, não no nosso grupo.

O LIVRE: Mesmo sendo gay assumido, você não abre o grupo para gays ou para a comunidade LGBT. Por que esta decisão de manter apenas mulheres?

HL: Na verdade, não é bem assim, o grupo é aberto à comunidade LGBT. No caso das mulheres, também é aberto às transexuais. Isso realmente foi muito importante para que as mulheres que participam do grupo entendessem o que é uma mulher trans. Após conversarmos um pouco sobre o assunto, o posicionamento delas mudou muito neste sentido, e eu me sinto muito feliz em ter ajudado nesta mudança importante. Mas para homens não é aberto mesmo, porque no grupo é um espaço delas, eu me sinto como um melhor amigo, nem todos os homens vão conseguir entendê-las, então vamos continuar com esse propósito.

OLIVRE: De onde surgiu bordão “vitória na guerra”?

HL: Os bordões são coisas que surgem delas mesmo. Esse, na verdade, eu acho que surgiu de uma novela, aí elas incorporaram nas postagens e acabou virando um lema. Para mim, o significado é de empoderamento das mulheres.

OLIVRE: Qual é a sua relação com as palitas, já que elas não se aguentam e sempre rola um “Selinho do Palitão” entre vocês?

HL: Surgiu de uma brincadeira. Não me lembro ao certo quando uma menina me pediu um selinho (beijo) e eu dei. Ela postou no grupo e daí passou a ser um desafio, sempre que vejo uma palita tem que rolar. O mais engraçado é que muitas vezes elas estão ao lado dos maridos e eles apoiam, dizem “vai lá, dá um beijinho nele, eu tiro a foto”. Isso mostra realmente a proximidade e o carinho que criamos.

OLIVRE: Você sempre pede para as palitas contarem as histórias e delas e muitas vezes saem coisas inusitadas. Qual foi a que mais surpreendeu você?

HL: São muitas histórias. Consigo lembrar da mais recente que foi hilária: uma menina contou a experiência dela na primeira vez que entrou no Subway. Ela era do interior e nunca tinha vista uma loja assim. Ela contou que não entendia bem o que o atendente falava e ele ia adicionando coisas e coisas e ela acabou com o lanche mais estranho do mundo. Parece simples, mas a forma que ela contou ficou incrível.

OLIVRE: O humor ácido e as indiretas fazem parte da maioria dos repertórios de suas postagens. De onde vem a inspiração?

HL: Acredito que essa acidez vem mesmo da minha personalidade. Muitas vezes tenho que me conter para não passar do ponto, mas também tem a questão de aprender a rir de si mesmo e das dificuldades que passamos. Acho que é um jeito de criticar as coisas para provocar mudanças mesmo, causado uma reação mais direta no público.

OLIVRE: Como você planeja suas apresentações musicais?

HL: No começo era uma coisa meio despretensiosa, eu tocava mais com as músicas que eu gostava mesmo. Depois eu percebi que o trabalho estava dando resultados e ficando mais sério. Aí, como tudo na minha vida, eu parei e me dediquei para me aprimorar. Hoje sou bem detalhista com mixagens, invisto muita energia nisso. Como tenho uma relação muito próxima com o meu público, também consigo perceber qual sequência de músicas vai agradar mais as palitas.

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