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Com investimento de R$ 18 mi, entidades querem produzir algodão resistente a pragas

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Com investimento de R$ 18 mi, entidades querem produzir algodão resistente a pragas

Ednilson Aguiar/O Livre

algodão, colheita

Um acordo de cooperação para o desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga desse cultivo, foi assinado na última quarta-feira (6/9), na sede da Embrapa, em Brasília. A pesquisa vai abranger duas unidades da Embrapa – Algodão e Recursos Genéticos e Biotecnologia -, além do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), com financiamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

A praga afeta todas as regiões produtoras do país e combatê-la representa um custo de US$ 250 por hectare, além de perdas de produtividade e impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Em uma primeira fase do projeto, serão investidos aproximadamente R$ 18 milhões ao longo de cinco anos.

“A assinatura do acordo resultará em grandes benefícios ao setor algodoeiro e, por consequência, ao país. O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é um apoiador desse tipo de parceria”, disse Coaraci Castilho, chefe de gabinete de Blairo no ministério. 

Para o diretor executivo do IMAmt, Alvaro Salles, o acordo representa uma nova forma de parceria público-privada em que os cotonicultores – por meio de suas associações – estarão entrando com os recursos para a pesquisa e também com trabalho efetivo por meio do Instituto Mato-grossense do Algodão.

“Acredito que a atuação do IMAmt como parte executora das pesquisas dará uma dinâmica muito interessante a esse projeto”, comentou Salles. Segundo ele, há mais de 10 anos os produtores de algodão de Mato Grosso vêm contribuindo com recursos para a pesquisa de novas tecnologias de combate ao bicudo.

“Há 10 anos produtores de MT contribuem com recursos para pesquisa de novas tecnologias de combate ao bicudo”

Algodão transgênico

O projeto de desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro consiste em sua primeira fase na modificação de plantas do algodoeiro, com a introdução de genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz toxinas letais para alguns insetos.

O IMAmt participará com pesquisadores de seu quadro técnico e também disponibilizará a estrutura do Laboratório de Biotecnologia, instalado no Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Sul, em Rondonópolis.

Salles acredita que o acordo firmado permitirá que se busquem outras biotecnologias para o combate ao bicudo, inclusive em parceria com entidades de pesquisa internacionais. A expectativa do diretor é que em cinco anos o projeto apresente os primeiros indicadores positivos. O prazo para que variedades de algodão transgênico resistente ao bicudo estejam disponíveis para produtores é mais extenso: de oito a 12 anos.

Recursos

O chefe-geral da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa,  lembrou que a unidade que chefia já trabalha no desenvolvimento de plantas resistentes ao bicudo, mas destacou que a injeção de recursos externos deve acelerar o projeto.

Márcio Trevisan

Álvaro Salles

Atuação do IMAmt dará dinâmica ao projeto, diz diretor Álvaro Salles

“ O trabalho vem sendo realizado em laboratórios e casas de vegetação, havendo ainda muitas etapas a serem percorridas até que uma planta resistente seja cultivada comercialmente”, explica.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Algodão, Liv Severino, disse que nos trabalhos prévios estão sendo obtidas plantas que impedem a sobrevivência do bicudo. “É apenas o primeiro passo, mas nos deixa otimistas de que conseguiremos desenvolver plantas que propiciem controle eficaz da praga”, declara.

Disseminação

Mais de três décadas após a sua chegada ao Brasil, o bicudo do algodoeiro permanece como o maior problema fitossanitário do cultivo e encontra-se disseminado por todas as regiões produtoras de algodão. “A grande disponibilidade de alimento e abrigo causada principalmente pela destruição ineficiente de restos de plantas da safra anterior permite ao bicudo alta capacidade de sobrevivência e de reprodução”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão, entomologista José Ednilson Miranda.

Castilho, lembrou, em seu discurso que a cultura do algodão tem crescido muito no Brasil. “Atualmente exportamos para 35 países. Na safra 2016/2017 conseguimos exportar 639 mil toneladas de pluma e, embora tenha sido 32% menor que na safra anterior, conseguimos manter a balança comercial positiva em 896 milhões de dólares”, afirmou.

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