Destaques

Com criatividade e tradição, Cia do Bolo aposta na química do amor

8 minutos de leitura
Com criatividade e tradição, Cia do Bolo aposta na química do amor
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Com seu cheirinho inconfundível, o bolo caseiro remete a lembranças da infância. Um negócio voltado ao ramo exige, portanto, um carinho especial. Há seis anos no mercado, a Cia do Bolo é uma das lojas que acompanhou a expansão de estabelecimentos de bolo em Cuiabá e hoje, oferece 30 opções caseiras, das mais simples às misturas mais criativas, com sabores inusitados.

A boleira e proprietária da marca é Tania Favero, natural de Alta Araguaia, cuiabana há 30 anos. Formada em Pedagogia, a empreendedora sempre trabalhou na área administrativa até cursar Gastronomia, mesmo sem muita experiência na cozinha. Ao deixar a paixão falar mais alto, ela descobriu o ramo da confeitaria e logo materializou o negócio.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“Pensei, ‘poxa, preciso descobrir alguma coisa’. Então fiz pós-graduação em gestão de bares e similares, conheci um amigo que trabalhava com bolo simples e pensei ‘boa ideia’, as pessoas geralmente não tem tempo e o bolo é um produto artesanal, que não usa conservantes. Deu super certo”.

Após ter a ideia ela foi atrás de um ponto. A loja que visitamos, não é a primeira. A Cia do Bolo começou no Bairro Verdão, região da Arena Pantanal, com a loja que ainda existe, há 6 anos. “Lá é bem pequeninho, é só pedido de balcão, mas a nossa clientela é excelente”, conta Tânia, que revela a saída de uma média de 200/250 bolos por dia. Lá, quem comanda é a irmã e o cunhado.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Tânia chegou a ter loja no bairro Pedra 90, onde ficou por cerca de um ano. Por logística, mudou-se para a Rua 24 de outubro, no Centro, mas ali o espaço ficou pequeno para o crescimento da produção. Foi só então que ela abriu a Cia do Bolo para também servir os clientes na Avenida Carmindo de Campos, há dois anos e três meses.

Com opções de bolo que variam dos sabores dos mais tradicionais – banana, arroz, cenoura, fubá, chocolate, formigueiro, laranja, limão – aos mais diferenciados – café, iogurte, paçoca, tapioca, com coco e com queijo – o carro-chefe da casa é o bolo pamonha e o bolo de mandioca. O preparo artesanal passa por todas as etapas, como ela explica sobre este último.

À esquerda, Bolo de Iogurte (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“A gente rala a mandioca bruta, tem o processo para torcer a goma, tirar o meio e os fiapos da mandioca, batemos o bolo e fazemos a receita na versão tradicional ou recheado com catupiri e goiabada”. Esta última, inusitada, conquistou a clientela.

“O de milho na versão salgada também”, conta Tânia. Recheado com calabresa, azeitona, cheiro verde, queijo, orégano e pimenta calabresa. “Esse bolo de milho tem uma massa bem diferente do bolo de trigo e é o mesmo processo de fazer uma pamonha, acrescenta o queijo ou coco”. Outras opções que não levam trigo são os bolos de abóbora e batata doce, feitos com a massa dos próprios ingredientes.

Bolo de Pamonha (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Nos formatos de “Bolo de vó”, redondo, com furo no meio, eles têm opções de 22 cm de diâmetro e outra de 30. Os preços variam de acordo com o tamanho e o sabor, com valores entre R$ 16, os mais simples, até R$ 25, mais elaborados como o Bolo Fit. Este vai banana, uvas passas, aveia, granola, linhaça e castanha de caju. As fatias, servidas no local, saem a R$ 3,50.

Tânia também recebe encomenda de bolo de casamento, bolo de pote, cupcake, além de servir no local bolo pudim e uma variedade de tortas doces (abacaxi, banana, limão, toalha felpuda). “A gente também tem as coberturas para os bolos. A pessoa vem, escolhe e a gente faz na hora, nada industrializado”. Os sabores são brigadeiro, beijinho, doce de leite e mousse de limão.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“A única química que a gente usa é o fermento e o amor”

“Nós não usamos nenhum tipo de conservante, corante, aromatizante, nada disso. Todo preparo é feito aqui de forma artesanal. A única química que a gente usa é o fermento e o amor”, releva Tânia e ressalta que o segredo para manter a característica caseira, mesmo com a alta produção, são os ingredientes sempre fresquinhos que ela recebe da feira do Porto.

O cuidado e o afeto ao qual a boleira se refere, no entanto, vai além do preparo, e macete para chegar até às pessoas. “Lá no Verdão que é uma região com muitos condomínios e pensei ‘poxa’, mas ´só distribuir panfletos com o cardápio não é o suficiente’, então eu decidi fazer meu bolo chegar até o cliente”.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Tânia conta que distribuiu pelos condomínios da região vários bolos no formato original, mas em tamanho mini, embalados junto ao cardápio com o valor, marcando os sabores. “Eu pendurava na maçaneta das portas, e isso foi o que mais trouxe cliente”. Durante a noite, nos bares da região, ela fez a mesma coisa.

A atenção ao longo dos anos foi recíproca e vários bolos do cardápio são receitas dos próprios clientes. “Nós inauguramos a loja já fazendo degustação com o balcão cheio para a venda. Fomos testando, desenvolvendo receitas e nós temos um retorno legal da clientela, trocam receitas, trazem sugestões para gente testar”.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Para acompanhar, cantinho da leitura e café coado!

“Aqui nesta loja nós estamos caminhando, formando uma clientela”. Para isso, Tânia preparou no espaço um cantinho da leitura, onde os clientes podem aproveitar da leitura de livros clássicos, infantil e revistinhas, que podem ser emprestados e

“Lá em casa acumulava muito livro, então eu decidi trazer para loja. Ainda não tinha nem a estante, a gente deixava no balcão. Mas eu decidi investir e criar o cantinho, porque o pessoal chegava, dava uma olhadinha, mas não sabia se era para vender”. Ela conta que a ideia foi sucesso entre os pequenos e as famílias.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“A pessoa vem, toma um cafezinho, leva o livro emprestado se quiser, faz doação, tem um retorno bem legal”. O café aliás, pode ser feito pelo próprio cliente, que recebe um mini coador com pó, água quente e a xícara.

“Em uma das viagens que eu fiz, topei com um cafezinho desse e falei ‘já vou levar’. O pessoal ama, principalmente os mais velhos que gostam do coador de pano, e o sabor é diferente mesmo. Além de servir, hoje a gente já tem até para vender”, explica.

A Cia do Bolo está localizada Av. Carmindo de Campos, 1532 B. Campo Velho. A outra loja fica na Av. Brasil, 1835-b, Cidade Alta. Mais informações pelo (65) 3023-7661 ou (65) 99948-8859.

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes