Pacientes da covid-19 precisam assinar um termo de consentimento para receberem tratamento com a cloroquina em Mato Grosso. A medida de proteção médica passou a ser usada com a ampliação da indicação do medicamento durante a gestão do ex-ministro Nelson Teich.
“A indicação da receita fica a cargo do médico que está tratando o paciente. Mas, em qualquer situação, o paciente precisa assinar um termo de consentimento de uso e passar por exame para se saber a condição de saúde dele”, disse a presidente do Conselho Regional de Medicina em Mato Grosso (CRM-MT), Hildenete Monteiro Fontes.
Segundo a médica, o principal exame a que os pacientes receitados estão sendo submetidos é o eletrocardiograma, por causa de estudos científicos que apontam que a cloroquina pode provocar arritmia.
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Com a troca de ministros da Saúde, há cerca de um mês, a cloroquina passou a ser indicada para pacientes com quadro menos grave da covid-19. Antes, apenas pacientes em quadro grave da doença vinham recebendo indicação do medicamento.
Para ilustrar situação, até o fim de abril, o Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, havia indicado cloroquina ou hidroxicloroquina para apenas 3% dos pacientes com resultado positivo para a covid-19.
Mudança na indicação
No dia 23 de abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um parecer médico que estabeleceu a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina à avaliação médica do paciente.
A mudança, segundo o CFM, foi adotada devido à “excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia”. Esse critério foi reforçado pela presidente do CRM-MT.
“Uma pesquisa diz uma coisa, outra pesquisa diz outra. Então, foi entregue ao cargo do médico indicar ou não medicamento para quadro da covid-19 com sintomas mais leves”, disse.
Nesta terça-feira (19), mais cedo, em entrevista virtual, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse existir aumento de pedidos, em redes sociais, para que seja liberado o uso da cloroquina.
Ele afirmou que o medicamento está liberado para uso na rede pública ou privada.
“Não existe nenhuma restrição à cloroquina. Não tem estudos para saber se devemos ou não usá-la, os estudos são sobre os efeitos dela na saúde do paciente”, afirmou.