Coletores de castanha-do-Brasil de Cotriguaçu, município localizado a 1,2 mil km de Cuiabá, realizaram um sonho. Na semana passada, eles inauguram um barracão de beneficiamento e armazenamento do produto.
O espaço, de mais de 800 m², será usado nos processos de descascamento, tratamento, seleção e embalagem da castanha coletada. O grupo é composto por cerca de 40 famílias extrativistas.
“Para a gente, estar aqui é um sonho. É fruto do trabalho, educação, companheirismo agora termos uma garantia de indústria”, comenta Veridiana Vieira, presidente da associação desde 2015.
A inauguração traz ainda mais valor agregado ao produto que, hoje, tem o preço de R$ 11 por kg, mas já custou R$ 0,08. Por vezes, compradores iam buscar o produto no Estado do Pará.
“Cada um coletava em um lugar e era disperso. Era um trabalho difícil. Com a associação, nos organizamos e estamos conquistado tudo isso”, diz o coletor de castanhas Sílvio da Bragança.
A construção é uma realização do Redes Socioprodutivas, projeto implementado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com financiamento do Fundo Amazônia/BNDES.
Manejo sustentável
Cotriguaçu é um dos municípios que integram a região conhecida como “Arco do Desmatamento”.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 2018, o município, que tem sua economia baseada na pecuária extensiva e exploração madeireira, teve 22% de sua área florestal total desmatada até 2015.
Demarcado em 1997, o Projeto de Assentamento (PA) Juruena tem cerca de 500 famílias estabelecidas em 30 mil hectares no município. Um estudo do ICV realizado em 2009 mostrou que mais de 40% dessa área havia sido desmatada apenas nos primeiros 10 anos de abertura dos lotes.
(Com Assessoria)