A “pública e notória” cobrança da sociedade, além das constantes matérias jornalísticas que “atacam” o Poder Judiciário e apontam para uma “possível conivência” dos órgãos da Justiça com os fatos ilegais que compõem o escândalo da “Grampolândia Pantaneira” fizeram o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues acabar com o sigilo sobre o caso.
A decisão é de agosto, mas só veio à tona nesta semana.
“De outro norte, tendo em vista que os fatos têm sido divulgados constantemente nas mídias, inclusive em rede nacional, tornando-se públicos e notórios, não vejo mais impedimentos para levantar o sigilo dos inquéritos policiais”, escreveu o juiz.
No texto, Rodrigues argumenta que a medida “deixará às claras as atuações das várias instituições responsáveis pela apuração” e destacou que, se entenderem necessário, os delegados que atuam no caso poderão requerer o sigilo sobre diligências em andamento.
Também continuarão resguardados da mídia ligações telefônicas com conteúdo particular de vítimas dos grampos.
Sobre o trabalho da polícia, aliás, o magistrado ainda determinou ao diretor geral da Polícia Civil de Mato Grosso, o delegado Mário Dermeval, que reforce a equipe especial que atua no caso, “a fim que a conclusão se dê com a brevidade reclamada pela sociedade”.
Só na 7ª Vara Criminal de Cuiabá tramitam sete inquéritos relacionados à Grampolândia.
Nesta quarta-feira (6), tem início o julgamento dos militares envolvidos no escândalo.