“Uma família da classe média, composta por uma mãe e seus dois filhos, vive em uma casa repleta de eletrodomésticos supérfluos capazes de fazer muito barulho”. O resumo de Eletrodoméstica (2005), curta-metragem escrito em 1994, mas, gravado apenas dez anos depois, pode ser um retrato da filmografia do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, atento àquela década.
O filme abre a sessão do “Cinema Brasileiro: um percurso alternativo sobre a história” do Cineclube Coxiponés, nesta quarta-feira (26). Na sequência, será exibido o longa-metragem Falsa Loura (2007), de Carlos Reichenbach. A entrada é gratuita e as exibições tem início às 19h.
Os dilemas da nova classe média apresentados em Eletrodoméstica (2005) foram atualizados pelo diretor Kleber Mendonça Filho em seu recente longa-metragem Aquarius (2016), com Sonia Braga, indicado ao Palma de Ouro, premiação principal do Festival de Cannes. Ele também dirigiu O Som ao Redor (2012), um dos filmes pernambucanos mais premiados do cinema brasileiro.
O cineasta Carlos Reichenbach, por sua vez, constrói um retrato da classe média baixa e do proletariado brasileiro em a Falsa Loura (2007). Sua protagonista, Silmara, é uma bela operária que sustenta o pai Antero, um ex-presidiário com quem tenta manter um relacionamento amigável.
Com a professora de dança Regina e a tímida companheira de fábrica Briducha, a jovem vai ao show do grupo Bruno e os Andrés, onde Silmara se envolve com Bruno, ídolo da banda, e logo se torna o sonho de suas amigas, por representar a chance de uma rápida ascensão social.
Falsa Loura (2007) foi o último filme de Carlos Reichenbach, vítima de parada cardiorrespiratória cinco anos depois. O cineasta se destacou no cinema nacional por integrar o time da chamada “Boca do Lixo”, de São Paulo, sendo um dos diretores paulistas do chamado cinema de autor.
O Cineclube Coxiponés está localizado no Centro Cultural da UFMT (Av. Edgar Vieira, 513-549, Boa Esperança). Mais informações pelo (65) 3615-8349.
