Ele tem a patente de tenente-coronel do Exercito de Israel, fala sete idiomas, e uma gentileza sem igual. Desde 2017, Yossi Shelley, assumiu – pela primeira vez – um posto diplomático, a Embaixada de Israel no Brasil.

De lá para cá, tem surpreendido brasileiros por onde passa. Em janeiro desse ano, por exemplo, Shelley contribuiu para o trabalho de buscas por corpos em meio ao caos de Brumadinho (MG), integrando a delegação das Forças Armadas de Israel (IDF).

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Também é conhecido por quebrar protocolos, tão inerentes ao cargo que ocupa. Mas o jeito expansivo – de empresário – vem abrindo portas para Israel no Brasil, com total apoio do governo Bolsonaro.

Em Mato Grosso, não foi diferente. Ele veio a convite da Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir). Solícito, respondeu as 5 Perguntas para o LIVRE depois de visitar municípios essencialmente agrícolas no estado. E claro, fazer o lobby agro entre os países. Também visitou prefeituras e conheceu produtores rurais. Confira!

1 – Como é a rotina de um diploma, se é que ela existe?!
Yossi Shelley – É uma rotina muito intensa, tenho muito trabalho a fazer. Cada dia mudamos as coisas que precisam ser feitas, porque os negócios estão muito ativos. Então, não podemos ficar sempre no mesmo caminho. Em dois anos, já conheci pelo menos 20 estados e mais de 100 prefeituras. Isso quer dizer que os dias de um embaixador nunca são iguais.

2- O que mais surpreendeu o senhor em Mato Grosso?
Yossi Shelley – Primeiro a gigantesca agricultura. Fui até Sorriso, visitei a prefeitura, e também os campos gigantes. Eu sabia da força da agricultura mato-grossense, mas não sabia desse tamanho todo de área, me surpreendeu.

3 – O que a agricultura de Mato Grosso tem a aprender com a israelense?
Yossi Shelley – Com a agricultura israelense não tem muito a aprender, mas eu penso que na gestão sim. Acho que Israel tem uma pequena vantagem, se assim posso dizer, na área de fertilizantes. O modo como usamos os fertilizantes, e de diferentes tipos. A agricultura brasileira também pode aprender quanto a gestão da água e das mudas, implantando mudas com outras qualificações, que estão mais fortes e produzem mais.

Quanto a tecnologia, acho que o produtor brasileiro pode utilizar mais. Como, por exemplo, o uso de drones para controlar essa área gigantesca. Se você tem 500 hectares, como vai saber o que acontece no centro? No miolo? Não pode entrar com um carro, então, um drone ou um satélite pode fazer isso para o produtor e dar a resposta que ele precisa.

4 – Israel é um dos maiores produtores de fertilizantes no mundo. Como está essa relação comercial entre o agro brasileiro e os fornecedores israelenses?

Yossi Shelley – Israel está vendendo para o Brasil quase 800 milhões de dólares de fertilizantes. Isso representa quase 13% do total de fertilizantes que entram no Brasil.  Israel tem que vender mais, aumentar esse percentual, no entanto, temos uma forte concorrência. China, Turquia e EUA são grandes players. Precisamos baixar nossos custos e vender mais.

5 – O Exercito de Israel é reconhecido no mundo todo pela qualidade nos treinamentos, mas também por ter muitas belas mulheres. Como é feita essa admissão nas forças armadas? 

Yossi Shelley – Eu sou tenente-coronel do Exército e lá todas as mulheres precisam ficar pelo menos dois anos e os homens três anos. Todos são bem-vindos e todas são bonitas. Não há uma seleção. Os treinamentos são bem fortes e não há diferença entre homens e mulheres. O que o homem está fazendo, a mulher faz também. Nós somos um pequeno país, e não temos o luxo de escolher, todos que têm força podem contribuir nas guerras em Israel.

A igualdade entre as mulheres é muito forte também, temos mulheres que são pilotos de caças, que são chefes de carros de combate (tanque de guerra), elas estão sempre em posições de lideranças. Como os judeus tratavam as mulheres durante o Holocausto. Isso nunca mais. Nunca mais.

Shelley costuma ressaltar a força feminina em suas redes sociais

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